Na assembleia permanente na noite de quinta-feira, dia 1º/10, na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, os bancários deliberaram pela continuidade da greve por tempo indeterminado, até que sejam apresentadas propostas que atendam suas reivindicações, tanto por parte da Fenaban, como da Caixa, do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste. O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban voltaram para a mesa de negociações durante todo o dia de ontem, começando às 10 horas da manhã, com parada ao meio dia e retomando a mesa por volta das 16h15, após uma interrupção para almoço. A primeira rodada após o início da greve, que chega hoje ao nono dia, foi interrompida na noite de quinta-feira, 1º/10, e será retomada hoje, sexta-feira, dia 2/10, às 11h.
O tema discutido durante todo o dia com a Fenaban foi a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os dirigentes sindicais apresentaram dados que demonstram que, com a atual proposta da Fenaban, o gasto dos bancos com PLR seria bem menor, assim como a distribuição para os bancários. O teto, por exemplo, que hoje é de 15%, com a proposta dos banqueiros cairia para 4%. Uma perda, que em alguns casos, chega a superar um salário.
O Comando deixou claro para os negociadores da Fenaban que os bancários não podem receber menos. O debate sobre o tema tomou toda a quinta-feira porque ao longo do dia foram feitos e confrontados vários cálculos, de ambas as partes, para tentar chegar a um formato que seja compatível com o esforço dos funcionários; em alguns bancos, com o modelo proposto, os trabalhadores receberiam até 80% menos que no ano passado.
Os representantes dos bancários informaram aos bancos que, além de não aceitar PLR menor, os trabalhadores querem um modelo mais simples, com uma parcela linear do lucro, e que o valor não seja não desconta dos programas próprios.
A GREVE CONTINUA – Como não chegou-se a nenhum consenso, a rodada de negociação continua nesta sexta-feira. “É importante a mobilização dos trabalhadores nesse momento e os trabalhadores devem manter o movimento forte para que os banqueiros saibam que sem proposta boa a paralisação não acaba”, disse o presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo, presente à negociação com a Fenaban, em São Paulo, lembrando que os bancos, novamente desrespeitaram os trabalhadores ao não apresentar nada sobre aumento real de salário, proteção aos empregos e condições de trabalho.
Tanto as negociações gerais com a Fenaban quanto às específicas com a Caixa são as primeiras reuniões entre patrões e empregados desde que a greve nacional por tempo indeterminado dos bancários começou, no dia 24/9.
Entre as principais reivindicações da categoria que estão em debate com a Fenaban estão o aumento real de salários, PLR maior, manutenção dos empregos e valorização dos pisos. Na Caixa, os empregados querem a isonomia de direitos entre todos os trabalhadores do banco, a contratação de mais bancários para diminuir o sufoco nas agências e departamentos e soluções para as pendências do fundo de pensão, a Funcef.