Sem propostas, Sindicato chama funcionários para a greve

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Mais uma vez, a direção do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) frustrou as expectativas do funcionalismo durante rodada de negociação realizada no centro administrativo do Passaré, na segunda-feira, 9/9, em Fortaleza. O Banco limitou-se a apresentar alguns avanços da mesa permanente, entretanto sem apresentar nada de concreto relativo às reivindicações da pauta específica relacionada à campanha salarial deste ano. Com essa atitude da Direção do BNB, resta ao Sindicato conclamar o engajamento dos trabalhadores do BNB na greve nacional da categoria prevista para começar no próximo dia 19/9.


O diretor administrativo e de TI, Nelson Antônio de Sousa, e o superintendente de Desenvolvimento Humano, Alan Teixeira, ressaltaram como avanços da mesa a suspensão do empréstimo de férias e do CDC; a resolução dos casos pendentes oriundos da reestruturação realizada nas centrais operacionais; a convocação de 210 concursados, inclusive de áreas técnicas; a abertura de novas agências e previsão de mais 78 inauguradas até o final de 2013; a desmobilização de terceirizados; a disponibilidade do Banco em negociar passivos trabalhistas; a definição da comissão eleitoral para eleição do representante dos trabalhadores no Conselho Administrativo nos moldes do BB e, pela primeira vez, o BNB falou oficialmente sobre a existência de um Plano de Incentivo ao Desligamento, que se encontra em análise pelo Ministério da Fazenda e DEST. Por outro lado, o Banco negou o asseguramento de função por 12 meses, reivindicado pela Contraf-CUT, no que se refere à reestruturação realizada recentemente pelo BNB.


“Nós trabalhadores reconhecemos os avanços conquistados na mesa permanente com o BNB e consideramos positivas essas questões apontadas pelo Banco, pois demonstram que algumas de nossas justas reivindicações vêm sendo atendidas. Entretanto, diante do momento que vivemos, decisivo, da campanha salarial, esperamos pelo menos que o Banco apresente algo relativo à nossa pauta, a exemplo: revisão do PCR, PLR Social de 5%, implementação imediata do ponto eletrônico, contratação de todos os aprovados no concurso de 2010 que expira no meio do ano que vem, fim das terceirizações, democratização e fortalecimento da Camed e Capef, isonomia de tratamento, entre outras demandas que já foram discutidas e apresentadas, ponto a ponto, em negociações anteriores”, avalia o vice-presidente da Contraf-CUT, Carlos Souza.


“Nós entendemos que a revisão do PCR e a PLR Social são formas de incentivar e de reconhecer o trabalho e o esforço dos funcionários para fortalecer este Banco cada vez mais. A situação da CAPEF e da CAMED também muito nos preocupa e nada mais justo que tenhamos representantes nessas diretorias, como forma de proteger o trabalhador. Com relação ao ponto eletrônico, precisamos implementá-lo de fato, como forma de coibir a jornada irregular, denunciada ao Sindicato praticamente todos os dias. Além disso, a contratação de mais funcionários para amenizar o caos nas agências também é uma reivindicação simples e justa. Esperávamos, pelo menos, propostas para esses casos mais urgentes. Mas, nem isso veio”, lamenta Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB.


Revisão do PCR – Tomaz cobrou que fosse retomada a comissão paritária para discutir a revisão do PCR, informando que inclusive os trabalhadores já apresentaram seus nomes à comissão. Segundo ele, esse é um trabalho que já está encaminhado e não vê porque protelar tanto a instalação da comissão.


Emprego – A representação dos trabalhadores, Contraf-CUT e SEEB/CE, entendem que é positiva toda e qualquer convocação de concursados, principalmente no BNB que está num processo louvável de desmobilização de terceirizados. No entanto, esse número de 210 convocados ainda é insuficiente para atender à demanda das agências.

As entidades reivindicaram novamente que, diante da impossibilidade legal de se prorrogar o concurso vigente, que sejam convocados o maior número possível de concursados até a sua expiração, em meados de 2014.


“Segundo nos informou o próprio Banco, 78 novas agências devem ser inauguradas até o final do ano. Se são necessários oito funcionários no mínimo por cada agência, nós calculamos que o BNB precisará de pelo menos mais 600 trabalhadores”, analisa Carlos Souza.


PLR Social – Os funcionários do BNB pleiteiam o aumento da PLR Social de 3% para 5%. “Considerando que o papel do Banco é tão importante para a sociedade, quanto o da Caixa Econômica Federal é incoerente que o BNB receba PLR Social inferior já que o patrão é o mesmo: o governo federal”, pondera o vice-presidente da Contraf-CUT. Hoje, os trabalhadores da CEF recebem 4% de PLR Social.


Previdência e Saúde – Os trabalhadores esperam uma solução urgente para o plano BD da Capef para que os funcionários possam se aposentar de forma digna. Quanto à Camed, uma das reivindicações é o fim da co-participação que onera o funcionalismo. Além disso, os bancários querem a criação de um plano de custeio, uma reivindicação antiga dos trabalhadores.


Mobilizar para conquistar – Como o Banco não atendeu as reivindicações dos trabalhadores, a Contraf –CUT e o SEEB/CE orientam os funcionários a se mobilizar e participar ativamente da greve nacional da categoria a partir do próximo dia 19/9.