SEMINÁRIO DEBATE ESTRATÉGIAS PARA BARRAR REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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A defesa da unidade dos trabalhadores para barrar a reforma da previdência do governo Bolsonaro marcou os discursos dos dirigentes sindicais e do movimento associativo que participaram da abertura do seminário sobre a reforma da Previdência, realizado dia 25/2, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), em Brasília (DF). O Sindicato dos Bancários do Ceará foi representado pelo seu presidente Carlos Eduardo e pelo diretor José Eduardo Marinho.


O evento voltado para representantes de sindicatos, federações e associações de todo o país, contou com reflexões sobre o tema de dois ex-ministros da Previdência, Carlos Gabas e Ricardo Berzoini, e do vice-presidente da Anapar, José Ricardo Sasseron. Para eles, não resta dúvida que a intenção do governo é favorecer interesses do sistema financeiro e promover a retirada de direitos da classe trabalhadora.


O debate foi promovido pela Contraf-CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs) e a Contag, com apoio da Fenae. Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, “o projeto do governo Bolsonaro vai afetar trabalhadores do campo à cidade. Por isso, precisamos unificar nossas lutas, construir alternativas para conversar com as nossas bases e a população em geral sobre os prejuízos que trará a milhões de brasileiros, caso seja aprovada”.


CENÁRIO – Ao analisar “nova Previdência” de Bolsonaro, os ex-ministros Carlos Gabas e Ricardo Berzoini destacaram que a proposta representa o inverso do modelo pretendido pela Constituição de 1988, baseado na proteção social. Gabas disse que modelo de previdência social adotado no Brasil tem origem em padrões de países europeus, que até hoje não abriram mão desse sistema. “Ao contrário do que diz o governo nosso modelo não é obsoleto. A mentira é a mesma da reforma trabalhista e da terceirização: de que é preciso retirar direitos para gerar empregos e salários, mas o que está em jogo é a transferência de um regime público e solidário para um sistema privado que só agravará as desigualdades sociais”, enfatizou o ex-ministro.


Para Ricardo Berzoini a reforma proposta pelo governo não altera apenas as regras de acesso às aposentadorias, mas fragiliza também as bases de todo o sistema da Assistência Social, responsável pelo pagamento de direitos como auxílio-saúde e pensão por invalidez, dentre outros. Na avaliação dele, o foco é promover um ajuste fiscal às custas dos trabalhadores.


“Estão querendo acabar com direitos históricos conquistados pela classe trabalhadora e que estão garantidos na Constituição. Nossa luta é pela dignidade dos trabalhadores e pelo direito à proteção dos mais vulneráveis”
José Eduardo Marinho, diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará