Seminário internacional defende fortalecimento dos Sindicatos

50

O Seminário Internacional “Os desafios dos trabalhadores e das trabalhadoras no enfrentamento da crise” abriu oficialmente, o 11º Congresso Nacional da CUT e cumpriu o papel chave para fortalecer a organização sindical e capitanear ações comuns em defesa de um maior protagonismo do Estado no combate aos desmandos do capital, em especial do sistema financeiro, que busca ampliar ainda mais seus lucros por meio da política de “ajuste fiscal, arrocho salarial e precarização de direitos”. Esse Seminário foi uma novidade que dialoga com a visão da CUT de que é necessário unir e mobilizar, para avançar coletivamente.


Para o presidente da Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), o canadense Hassan Yussuff, o compromisso e a solidariedade que vêm sendo manifestados pela CUT, com sua longa experiência, colocam a atuação do movimento sindical internacional em novo patamar, com melhores condições de defender os interesses da classe.

O aprofundamento da crise nos países capitalistas centrais e os iminentes ataques ao movimento sindical, declarou o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, reforçam a responsabilidade e a necessidade do fortalecimento da cooperação e unidade entre os diversos atores sociais e ampliam a importância de garantir um movimento sindical forte e atuante.


Citando três exemplos, o presidente da CUT, lembrou que o sistema constitucional brasileiro limita e engessa as ações do sindicalismo. “Primeiro, porque hoje quem decide a existência de um sindicato não são os próprios trabalhadores, mas o Ministério do Trabalho. Segundo, quem decide sobre o poder de fazer uma greve não são os trabalhadores livres e organizados, mas a Justiça do Trabalho que impõe pesadas multas aos sindicatos. E terceiro, não são os trabalhadores que decidem democraticamente a forma de sustentação de seu sindicato, que fica à mercê do Tribunal de Contas ou do Ministério Público Federal”.


Artur lembrou que quando a CUT lançou a Campanha por Autonomia e Liberdade Sindical queria consolidar avanços concretos e, para isso, “não basta apenas aprovar a Convenção 87 da OIT, mas uma legislação que garanta a organização no local de trabalho e o combate às práticas antissindicais”.


O presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI) e da central alemã DGC, Michael Sommer, reiterou seu apoio à campanha da CUT por liberdade e autonomia sindical. Sommer fez um breve relato da experiência do sindicalismo alemão, lembrando que a independência diante do governo e dos patrões, por meio da contribuição dos sindicalizados, bem como “o combate à divisão e à pulverização, que nos enfraquecem”, são pontos essenciais nesta jornada.