A Conferência Sindical Democratização da Comunicação nas Américas terminou na terça-feira, dia 2/11, em Montevidéu, com as lideranças de cerca de 20 países aprovando uma exortação aos governos do continente para que garantam a liberdade de expressão – negada pelos oligopólios privados de mídia – “que veem os meios de comunicação somente como instrumento de rentabilidade e incidência na tomada de decisões de poder”.
Na avaliação dos participantes do evento, convocado pela Confederação Sindical dos Trabalhadores das Américas (CSA), é preciso estruturar, com a participação da sociedade, “marcos regulatórios que assegurem igualdade de oportunidades no acesso aos meios e equidade no uso das frequências”. “As organizações sindicais e sociais das Américas consideram urgente o papel ativo do Estado para democratizar a comunicação”, assegurando as “condições legais, tecnológicas e comunicacionais” necessárias, sublinha o documento.
O encontro aprovou, entre outros pontos, a criação de uma rede de comunicadores sindicais para fortalecer a ação da classe trabalhadora e promover “a solidariedade e o intercâmbio de expe-riências positivas de comunicação entre as organizações sindicais”, fortalecendo seu protagonismo na “construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e diversa”.
Para o secretário geral da CSA, Victor Báez, ao reunir dirigentes sindicais, de organizações sociais e especialistas no tema, a Conferência colocou o trabalho comunicacional da Confederação num novo patamar. “Esta tomada de consciência é essencial para que possamos estar à altura dos desafios colocados pela conjuntura, respondendo como rede aos ataques à organização sindical, em qualquer dos nossos países. Todos sabemos que o inimigo sempre busca o elo mais débil da corrente. Daí a importância da solidariedade, de que possamos sempre fortalecer os nossos pontos mais fracos, potencializando nossa organização e atuação sindical, essencial para garantir melhores condições de vida e trabalho para a classe como um todo”, destacou.
CUT NACIONAL – Na avaliação da secretária de Comunicação da CUT Nacional, Rosane Bertotti, há uma compreensão cada vez mais generalizada de que a mídia tem se pautado invariavelmente na região como “partido do capital”, representando os interesses das transnacionais e do sistema financeiro, no ataque às conquistas sociais e buscando conter toda e qualquer perspectiva de avanço. “No caso do Brasil realizamos uma Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), com participação tripartite, que apontou claramente a necessidade de um novo marco regulatório para garantir a liberdade de expressão, para oxigenar o setor, para democratizar.
“Neste evento da CSA, vimos que este é um enfrentamento que precisa ser dado em todos os nossos países, que é um problema é geral, o que torna necessária uma atuação mais coordenada para derrotar os barões da mídia e suas mentiras”, declarou. Para esta luta, ressaltou a líder cutista, “temos o desafio de aprimorar cada vez mais os nossos instrumentos de comunicação, como o Portal do Mundo do Trabalho, a nossa rádio e TV webs, porque é a partir deles que vamos municiar a nossa militância e o conjunto dos movimentos sociais com informação, dados e argumentos para o bom combate”.