Sindicato atua fortemente contra assédio aos grevistas do BB

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A Contraf-CUT reuniu a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil no dia 31/10, em Brasília, para avaliar os efeitos e as ações políticas e sindicais realizadas pelos sindicatos no período imediato após as assinaturas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) com o BB.


O encontro foi necessário para verificar se os problemas foram todos resolvidos, já que a direção do BB havia iniciado um forte ataque aos grevistas desde o dia seguinte à assinatura dos instrumentos coletivos. Naquela oportunidade, as entidades sindicais já haviam alertado os representantes do banco de que não aceitariam uma repetição do processo de práticas antissindicais e assédios aos grevistas como ocorreu no ano passado, quando as partes foram parar inclusive no Ministério Público do Trabalho (MPT), que instaurou processo investigatório contra o BB.


No entanto, a direção do banco e parte de seus administradores começaram com a prática de cancelar férias dos grevistas, fazer anotações nos pontos eletrônicos e na GDP, alegando falsamente que os bancários não estavam cumprindo a convenção coletiva quando compensavam alguns minutos a menos que uma hora, quando na verdade o que a CCT diz é “prestação suplementar de trabalho, limitada a 1 (uma) hora diária”. Além disso, administradores passaram a inventar termos pessoais, exigindo que bancários os assinassem com compromissos de cumprir tabelas de compensação, fazendo inclusive intervalo de uma hora de almoço.


“Dentro do espírito de boa fé que move a Contraf-CUT e as entidades sindicais filiadas, procuramos contatar a direção do BB quase que diariamente nestas duas semanas para resolver os problemas de excessos que os administradores do banco cometeram, motivados, inclusive, por ordens da direção da empresa, como aquela nota do Conselho Diretor e a IN 361 que incentiva os gestores a perseguirem e cometerem arbitrariedades contra os bancários que lutaram e fizeram a greve que conquistou avanços para todos”, afirma William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.


Mobilização – “Os sindicatos estarão vigilantes até o final do período de compensação previsto na CCT e também após o fim do prazo, para o caso de haver algum problema contra os bancários. O que nós queremos é que a situação volte à normalidade nos locais de trabalho. Ser bancário já é uma ocupação difícil devido às metas abusivas, assédio moral e más condições de trabalho. Os bancários são profissionais competentes e querem poder trabalhar em paz. Será que é tão difícil para as direções de bancos perceberem isso?”, questiona o coordenador das negociações com o BB.


Por fim, a Contraf-CUT alerta aos bancários que denunciem aos seus sindicatos qualquer excesso cometido por algum administrador. “Estamos sugerindo ao sindicato local que vá e peça ao administrador que se reposicione porque os bancários não estão se negando a cumprir a convenção coletiva e estão realizando jornada suplementar limitada a uma hora por dia”, ressalta o dirigente sindical.