Sindicato cobra do BNB transparência na gestão do Instituto Nordeste Cidadania

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Como principal contratante dos serviços prestados pelo Instituto Nordeste Cidadania (INEC), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) tem a obrigação de exigir transparência na gestão e fiscalizar as despesas do Instituto. Essa é a posição do Sindicato dos Bancários do Ceará que há bastante tempo vem recebendo denúncias sobre a administração do INEC.


Segundo as denúncias, o apadrinhamento na ocupação de funções comissionadas no Instituto atende a interesses de diretores do BNB que visam com isso o seu fortalecimento político dentro da Instituição. Existem contratados do Instituto Nordeste Cidadania que, com nove anos de trabalho, recebem remuneração mensal superior a R$ 13,2 mil.


Para o SEEB/CE, que há anos luta por uma revisão no Plano de Cargos e Remuneração (PCR) dos funcionários do BNB, essa informação representa uma afronta ao corpo funcional do Banco, dada à disparidade existente no tocante à remuneração de trabalhadores das duas Instituições.


Para se ter uma ideia, um Especialista Técnico do BNB nível lll, com nove anos de admissão por concurso público, recebe hoje Vencimento de Cargo R$ 2.656,56. Ocupando uma função de Gerente de Projetos Nivel lll, a remuneração de um colega do BNB nessas condições totaliza R$ 6.697,25, o que representa a metade do que é pago pelo Instituto.


Para o Sindicato, o uso da máquina administrativa do INEC pode ser apenas a ponta do iceberg. Há denúncias de irregularidades nas áreas operacional e financeira que precisam ser averiguadas por órgãos de fiscalização com os quais o SEEB/CE mantém contatos e solicita as devidas investigações.


Enquanto a diretoria do BNB estiver contaminada por práticas políticas viciadas, ligados a interesses de partidos da chamada base aliada do Governo (PT, PMDB, PSB, PDT e outros) a Instituição Banco do Nordeste corre sérios riscos. Para o SEEB/CE, os partidos e parlamentares devem trabalhar em parceria com o BNB na esfera Institucional, lutando pelo seu fortalecimento, e não utilizando a Instituição como trampolim político, a partir do loteamento de espaços funcionais via terceirização e até mesmo da utilização de tráfico de influência para obter vantagens financeiras, conforme se pode deduzir com base nas denúncias que chegam ao Sindicato.