Sindicato debate assuntos do funcionalismo durante reunião do fórum sindical

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A diretoria do SEEB/CE reuniu-se com os representantes do Banco do Brasil discutindo no Fórum Sindical temas relacionados ao estado do Ceará na terça-feira, dia 3/4, na Super/CE.


A pauta apresentada pelo banco foi a implantação do PSO (plataforma de suporte operacional). O Sindicato fez críticas e defendeu os direitos dos caixas, da organização por local de trabalho, da mobilidade, da proteção e das normas bancárias. “Vemos com preocupação essa segregação entre a parte negocial e a parte de suporte de serviços das agências”, declarou o presidente do SEEB/CE, Carlos Eduardo Bezerra Marques. Outro depoimento de receio partiu de Plauto Macedo, diretor do SEEB/CE, “nós já tivemos um piloto antigo desse programa, com outro nome – era EMA”.


O que é diferente na implantação da PSO é a forma, já que está sendo apresentado o projeto, que já foi testado em pilotos pelo País, às entidades, aos bancários, às agências antes da efetiva implantação. Os representantes do banco se comprometeram a dialogar com cada agência antes da migração dos serviços a serem realizados pela PSO, e o Sindicato também o fará.


No tocante aos problemas locais, o Sindicato, representado por seu presidente, Carlos Eduardo e os diretores Bosco Mota, José Eduardo Marinho, todos funcionários do BB e Plauto Macedo, diretor e aposentado do BB, apresentaram as seguintes demandas: os problemas físicos das estruturas do banco, pressão por metas, processos administrativos, descomissionamento, problemas do Pavas, desrespeito às leis de segurança bancária por parte do BB local.

Estruturas Físicas – O Sindicato questionou os constantes problemas físicos do prédio da Ag. Praça do Carmo, onde os funcionários estão aterrorizados pelo histórico do prédio, além de não contarem com ar condicionado, em desrespeito à legislação. A Super/BB ficou de se inteirar do problema.


Outro problema de ordem física acontece na Ag. Messejana, uma estrutura nova, mas que tem problemas de acessibilidade aos trabalhadores, temperatura (muito quente), o refeitório é muito pequeno, além de um grave problema de relacionamento e cobrança da gerência para com os funcionários, que será tratado pelo Sindicato com uma pesquisa de clima, a ser desenvolvido com os funcionários da agência.


Pressão por Metas, Processos Administrativos e Mesa de Crédito – Nesses itens, o Sindicato fez questão de colocar ênfase. “O BB tem nos dito em todas as negociações, sejam locais ou nacionais, que não admite desvirtuações éticas, porém o que nós constatamos no cotidiano do bancário é outra coisa totalmente diferente. É chefe passando de 15 em 15 minutos nas mesas dos colegas, cobrando o que foi feito, apesar do sistema já sinalizar. É bancário tomando remédio para aguentar a pressão. É gente chorando dentro das agências. É chefe fazendo comparativos do tipo – quem fez mais presta, quem fez menos não presta – ranqueamento, agravados com o novo sinergia individualizado, inclusive proibido em nossa Convenção Coletiva”, comentou José Eduardo.


As metas inalcançáveis levam os bancários a assumirem os riscos do banco. Muitas vezes, o BB tenta responsabilizar os funcionários por não respeitar as instruções internas. “Nós não somos contra o processo administrativo, mas não aceitaremos que as instruções normativas, somente sejam seguidas pelos bancários e não pelo banco. Um exemplo disso é a mesa de crédito – sem gravação de chamadas, em desacordo aos aspectos legais de formalização de contrato que levou à abertura de processo administrativo contra uma bancária. Estamos acompanhando vários processos do BB contra bancários (Aracati, Beberibe, Aerolândia, por exemplo) e como entidade classista defenderemos aqueles que tivermos ciência que o direito do bancário está sendo ameaçado”, avisa Carlos Eduardo.


No tocante às metas, o Sindicato fez questionamentos quanto ao orçamento para as agências que foram assaltadas, arrombadas e explodidas. “Não é razoável as pessoas serem punidas novamente, já foram punidas com os assaltos, arrombamentos e ainda terem de cumprir a meta total, esse é o caso de Jaguaretama, Catarina, Solonópole, Madalena, Novo Oriente, Banabuiú, só para citar algumas”, retrucou Bosco Mota. A Super/CE disse não ter alçada para resolver problemas de orçamento, dizendo apenas já ter se posicionado em solicitação deste pleito à gestão maior do BB sem ter recebido prazo para resolução.

Descomissionamento – O tema descomissionamento na Ag. Barro veio a pauta e todo o histórico do Sr. Gerente Ivanílson foi citado por parte do Sindicato: as dificuldades que ele criou com o Sindicato, a conversa que a entidade teve com o mesmo – inclusive o gerente está criando a sua equipe – descomissionou o gerente Farias e já trouxe para o seu lugar uma pessoa de sua “confiança”. O clima de ataque a outros funcionários e o desrespeito à Convenção Coletiva, além de ataques diretos feitos ao funcionário Farias, pois o mesmo havia feito greve e não tinha responsabilidade com o banco, foram outros itens conversados com o BB. “O Sindicato quer o imediato restabelecimento da vida funcional do bancário Farias (verbas salariais de gerente). O Sr. Ivanílson tem que ser acompanhado pelos órgãos de controle do banco, e ainda, nós vamos continuar o processo judicial contra o BB por descumprimento de acordo coletivo” informou Carlos Eduardo.

Pavas – Com relação ao programa, o Sindicato encaminhou demandas dos funcionários que estão sendo acompanhados, mas que estão insatisfeitos por não se enquadrarem na possível relocalização, casos de Banabuiú. A Gepes, presente ao encontro, ficou de esclarecer possíveis dúvidas.

Leis de Segurança Bancária – Os diretores do Sindicato falaram que o Banco age na ilegalidade. O banco, como outros do sistema financeiro, utilizam-se do seu poderio econômico para permanecer sem ser incomodados pela justiça brasileira. O poder de fiscalização do Estado não cobra o BB e o Sindicato afirmou que vai continuar denunciando o banco por estas ilegalidades. “Nos estranha o BB falar tanto em legalidade, se não cumpre a lei de atendimento ao cliente em 15 minutos e a lei dos biombos (individualização do atendimento nos caixas), respectivamente leis municipais e estaduais. Nos estranha mais ainda, em alguns casos, o BB dizer que não cumpre as leis porque falta regulamentação ou porque estaria fora do layout do banco – mas que no município de Aquiraz, o BB já tem os biombos, muito provavelmente porque aquele município autuaria o BB em caso de descumprimento da lei municipal e estadual existentes”, disse José Eduardo.


Em algumas respostas para problemas demandados, o BB pediu prazo e disse que numa próxima reunião traria a sua posição.