Sindicato denuncia assédio moral na agência Jangada

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Mais uma agência é vítima da política de gerenciamento de atendimento da Caixa, que está “colocando o chicote” nas mãos dos gestores. Para denunciar isso, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou na quarta-feira, dia 8/12, uma manifestação alertando para o assédio moral na agência Jangada da Caixa Econômica Federal, localizada no Iguatemi. O Sindicato decidiu fazer a manifestação após receber várias denúncias de empregados da unidade. De acordo com os bancários, o gerente dos caixas da unidade, José Fernandes Júnior, vem ameaçando de descomissionamento os empregados que não ficarem além do horário e obrigado a fazer extraordinárias sem o devido pagamento da hora extra.


“O Sindicato não pode e nem vai admitir esse tipo de atitude. Nós viemos aqui cobrar uma mudança de postura da gestão da empresa diante das denúncias. Se a demanda da unidade é grande e não há condições de atender essa demanda dentro do horário, que se façam ajustes, que se cobre mais contratações, mas assédio moral e extrapolação de jornada nós não vamos admitir”, avisou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.


Ele lembrou ainda que o assédio moral cria uma desestruturação no ambiente de trabalho, colocando muitas vezes o assediado em uma condição de isolamento: “isso é extremamente prejudicial, porque a questão do assédio é cíclica e acaba, mais cedo ou mais tarde, atingindo a todos na agência, por isso ele deve ser sempre denunciado. É para isso que o Sindicato existe: para defender o trabalhador”.


Já o diretor do Sindicato, Áureo Júnior, lembrou que a categoria bancária é a que está entre as mais assediadas e a que tem mais afastamento por licença de saúde. Ele ressaltou ainda que há algum tempo atrás, a administração da empresa, numa tentativa de burlar o contrato de trabalho, contratava terceirizados para exercer trabalho de bancário. O Ministério Público mandou a Caixa substituir esses terceirizados realizando concursos públicos e a Caixa não fez isso. “O banco retirou os terceirizados e redistribuiu o trabalho para os bancários que já estavam nas agências, sobrecarregando-os de trabalho e gerando o cenário que estamos vendo aqui de assédio moral e extrapolação de jornada”, analisou.


O diretor Marcos Saraiva enfatizou que o Sindicato já está tomando várias medidas para denunciar o problema na unidade. “Hoje nós fizemos esse ato de protesto, mas os empregados podem ter certeza que amanhã nós estaremos na porta da Superintendência cobrando providências urgentes para acabar com esse abuso e o afastamento do gestor que está assediando os empregados. Além disso, já fizemos denúncia à SRTE (Ministério do Trabalho), ao Comitê de Ética e à Superintendência da Caixa e vamos pedir uma investigação minuciosa sobre o assédio na unidade, para que os empregados voltem a ter tranquilidade no seu ambiente de trabalho. Diante disso, vamos cobrar ainda da Caixa a contratação de mais empregados para que se possa atender à população de forma digna e para que não haja extrapolação de jornada nem sobrecarga de trabalho dentro do banco”, disse.

CARTILHA – Ao final do protesto foi entregue aos empregados a cartilha sobre assédio moral produzida pelo Sindicato, mostrando como identificar o assédio e como fazer para que ele seja combatido. O secretário de Saúde do Sindicato, Eugênio Silva, informou a todos que será realizada uma pesquisa anônima com os funcionários para comprovar o problema e municiar o Sindicato diante das medidas cabíveis.

ÉTICA – O Sindicato dos Bancários do Ceará enviou ofícios ao Comitê de Ética da Caixa e à Superintendência Regional do banco cobrando urgentes providências e o consequente afastamento do gerente para solucionar o problema do assédio na agência Jangada. Nos ofícios, o Sindicato explicitou a atitude abusiva do gerente, forçando os empregados a trabalharem mais do que as duas horas extras permitidas por lei e burlando o sistema para que este não contabilize as horas trabalhadas. O Sindicato ressaltou ainda que o Código de Ética da Caixa estabelece a garantia da preservação da dignidade de dirigentes, empregados e parceiros, em qualquer circunstância, com a determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o seu amor próprio e a sua integridade moral.