Assédio moral. Funcionário sem querer entrar na agência. Outro saindo da agência chorando. Ameaças de descomissionamento para quem não cumprir meta. A verdadeira porta do inferno. É assim que está sendo descrita a agência do Banco do Brasil da Av. Heráclito Graça, em Fortaleza. Para denunciar esse caos, o Sindicato dos Bancários do Ceará realizou na quinta-feira, 27/10, uma representação lúdica colocando a porta do inferno na entrada da unidade para exigir um “basta” a essa situação e dizer “Não” ao assédio que a categoria vem sofrendo ali.
O ato teve o apoio da maioria absoluta dos funcionários que cobram condições dignas de trabalho. A agência é a pior colocada no programa de metas e resultados do BB (Sinergia). De acordo com o diretor do Sindicato, José Eduardo Marinho, “a entidade realizou diversas reuniões na agência com o objetivo de solucionar o problema. Entretanto, como as conversas parecem não ter surtido efeito, resolvemos denunciar à sociedade o caos que a categoria vem enfrentando no local. Dentro da agência, ninguém confia em ninguém”, disse.
“O atrito tem gerado adoecimento, denúncias, um péssimo clima, e nós buscamos uma solução pela via da negociação com a direção do BB, mas até agora, nada. Queremos que o BB se manifeste e busque a solução do conflito. Se isso não acontecer, daremos sequência a uma série de ações: retardamento do horário de atendimento, paralisações, levar à direção nacional da empresa e, em último caso, até mesmo acionar a justiça para defender os trabalhadores”, avisa o presidente do Sindicato, que também é funcionário do BB, Carlos Eduardo Bezerra e completa: “as conquistas não devem ser apenas durante a campanha salarial, com a greve, elas devem acontecer todos os dias, quando conseguimos superar uma dificuldade”.
Durante o ato, o BB local na pessoa do gerente geral de Gestão de Pessoas no Ceará, Valdemar Neves, assegurou a implantação de um plano de ação para atender as reivindicações de todos os funcionários daquela dependência. O Sindicato continuará acompanhando os desdobramentos para que a tentativa administrativa dê um basta na sensação de intranquilidade que cerca o clima da agência.
“Isso não é uma gestão ética. Isso é desumanidade. Às vezes, o cliente não entende porque chega aqui e o funcionário não lhe atende com um sorriso no rosto, mas é porque passou dessa porta, ele está num verdadeiro inferno. Queremos deixar claro para o banco que nós do Sindicato estamos tomando todas as dores do funcionalismo e que não vamos deixar barato”.
Jannayna Lima, diretora do Sindicato e funcionária do BB