Sindicato denuncia práticas antissindicais da Caixa Econômica

52


Os empregados da Caixa Econômica Federal estão recebendo ligações telefônicas de um instituto de pesquisa, inquirindo-os sobre a intenção de aderir à greve que eventualmente ocorrerá durante a campanha nacional unificada 2015, a ser deflagrada em setembro. A CEE/Caixa – Contraf/CUT denuncia a prática antissindical e reivindica o imediato cancelamento da pesquisa.


O movimento sindical considera a realização desse levantamento uma forma de intimidação por parte do banco. Os bancários não são obrigados a responder a esse questionário, devendo denunciar a irregularidade caso se sintam coagidos ou constrangidos. O sigilo do bancário que fizer a denúncia fica garantido.


A pesquisa é nominal e, por meio dela, a Caixa quer saber a respeito do grau de satisfação dos empregados com as condições gerais de trabalho, com ênfase para salário, carreira e benefícios, buscando ainda fazer um comparativo com outras empresas estatais. É perguntado também sobre o índice de reajuste que deve ser concedido nesta campanha salarial, se o reivindicado pela categoria ou se o oferecido pela Fenaban.


A prática agride o legítimo processo estabelecido em mesa de negociações permanentes, sendo um absurdo a Caixa falar de greve deste ano, quando o movimento sindical ainda debate com os empregados as reivindicações a serem negociadas. Isto é um sinalizador de que a disposição do banco para negociar com as entidades representantes é bem limitada.


A CEE/Caixa – Contraf/CUT  lembra que, ainda em 2015, a Caixa adotou outras ações antissindicais, como o desconto salarial dos bancários que participaram das paralisações do dia 29 de maio contra o PL 4.330 da terceirização. Para contrapor-se a essas pressões descabidas por parte do banco, a resposta deve ser uma só: mobilização, mobilização, mobilização.


“A intenção do banco é saber o nível de comprometimento dos trabalhadores durante greves. Essa medida é uma intimidação e afronta o direito dos empregados de lutarem por melhorias das condições de trabalho”
Marcos Saraiva, membro da CEE/Caixa e diretor do SEEB/CE