Sindicato entrega representação na PRT contra INEC e cobra investigação

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O Sindicato dos Bancários do Ceará entregou na última quarta-feira, 22/5, na Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) da 7ª Região, uma representação contra o Instituto Nordeste Cidadania (INEC) cobrando a investigação sobre terceirização desmedida no Banco do Nordeste do Brasil (BNB).


O documento denuncia que “em absoluto desalinho com os Princípios da Legalidade e da Moralidade Administrativa, o Banco do Nordeste do Brasil tem feito uso abusivo da terceirização de mão-de-obra, contratando empresas interpostas, prestadoras de serviços, para promover ordinariamente atividades fins da Instituição”.


No caso do INEC, constituído em 1996 por funcionários do Banco com o objetivo de promover projetos de desenvolvimento comunitário, fornecer mão-de-obra terceirizada ao BNB passou a ser sua principal atividade. Hoje o Instituto faz prospecção, recebimento e formalização de propostas de crédito, atendimentos e visitas a clientes, cobrança de parcelas vencidas de empréstimos, análise de proposta de crédito, cadastramentos de clientes – atividades relacionadas aos programas CrediAmigo e AgroAmigo.


Levando em conta essas atividades, o Sindicato considera que os empregados do INEC executam atividades referentes ao cargo de “Analistas Bancários”, que integra a estrutura do PCR dos funcionários do Banco. Enquanto isso, cerca de quatro mil aprovados em concurso público aguardam para serem convocados. Atualmente, o INEC mantém 3.800 empregados seus trabalhando em unidades do BNB, denotando o caráter irregular da terceirização.


O assessor jurídico do Sindicato, Carlos Chagas, considera que diante de um quadro tão grave, o SEEB/CE não poderia ficar inerte. “O Sindicato dos Bancários tem se preocupado com a larga terceirização no setor bancário e que também se faz presente no BNB, onde tem se criado uma situação insustentável diante do grande número de terceirizados na Instituição. A entidade cobra que a PRT investigue esses casos de atividades-fins no BNB e vai acompanhar de perto esse processo”, afirma.


Conforme denunciado pelo Sindicato dos Bancários, o INEC vem se caracterizando ao longo dos últimos 10 anos em escoadouro da terceirização que no próprio BNB já extrapolou todos os limites. Como o Instituto não precisa se preocupar com recursos, pois a fonte BNB todos os meses destina cerca de R$ 36 milhões a título de pagamento pela prestação dos serviços do microcrédito, interessa a quem, dentro e fora do BNB, usufrui dessa estrutura manter a situação como está a qualquer custo.