O Sindicato dos Bancários do Ceará, como integrante da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, participou na segunda-feira, dia 3/9, da segunda rodada de negociação entre a Contraf-CUT e a Superintendência de Desenvolvimento Humano do Banco do Nordeste do Brasil, em Fortaleza, quando foram abordadas as cláusulas referentes à remuneração (benefícios), funcionais e sindicais. Na ocasião, o Sindicato voltou a insistir em uma solução urgente para a revisão do PCR e cobrou o cumprimento do cronograma de implantação do ponto eletrônico.
O vice presidente da Contraf-CUT, Carlos Sousa, cobrou a assinatura do acordo coletivo aditivo dos funcionários do BNB com mais celeridade. “Essa demora é ruim para todos. Para os funcionários que ficam desprotegidos, para os representantes das entidades que caem em descrédito e para a empresa que fica com sua imagem prejudicada junto ao corpo funcional”, avalia.
Funcionais – A Contraf-CUT cobrou do superintendente de Desenvolvimento Humano, Francisco Cavalcante, uma resposta quanto ao cumprimento do termo de ajuste que prevê a substituição de terceirizados. O Banco informou que na última semana promoveu o desligamento de 420 terceirizados, sendo 380 da Direção Geral e 40 de outras unidades. Cavalcante afirmou ainda que a intenção do Banco é substituir 545 terceirizados e confirmou as convocações de aprovados no último concurso, em 2010.
Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda explicações do BNB quanto à proibição de funcionários das agências do Banco estarem proibidos de participarem de concorrência para o preenchimento de funções de Gerente de Operações Financeiras nos Ambientes de Fundos de Investimentos e de Fundos de Investimentos Especiais. O superintendente Francisco Cavalcante informou que o Banco deve se posicionar em breve e que problema será levado à Diretoria do BNB e que em seguida, o Banco sairá com uma nota esclarecendo os fatos.
Carlos Sousa exigiu ainda que os critérios para as concorrências sejam objetivos e que o peso das entrevistas seja minimizado para que o processo para preenchimento de funções seja mais transparente. “Critérios subjetivos podem gerar suspeitas de clientelismo”, esclarece ele. O Banco ficou de apresentar posição na próxima reunião, no dia 10/9.
Quanto ao transporte de numerários, o coordenador da Comissão Nacional, Tomaz de Aquino, solicitou que as despesas passem a ser centralizadas pela Direção Geral. Isso evitaria que, para diminuir as despesas da agência, os gestores obriguem seus funcionários a realizar esse trabalho que, por lei, deve ser executado por empresas de segurança.
Com relação à implantação do ponto eletrônico, o Comando Nacional foi enfático em cobrar a sua imediata instalação. O Banco informou apenas que os prazos acordados em mesa de negociação específica estão sendo cumpridos, mas se comprometeu em instalar o ponto eletrônico até o final de setembro. “Se é assim, então queremos que o Banco apresente esse cronograma de implantação ao seu corpo funcional, como forma de esclarecimento justo aos funcionários que estão na expectativa da instalação do ponto eletrônico”, cobrou Carlos Sousa.
O Comando Nacional reivindicou também a implantação de um novo plano de funções e a revisão do PCR. De acordo com representantes dos funcionários, há casos de bancários que estão acumulando funções, pois a movimentação estrutural do Banco já pede essa revisão.
Quanto ao PCR, os bancários cobraram uma posição quanto ao projeto que foi apresentado ao DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais). O Banco informou que o departamento havia devolvido o projeto por entender que, naquele momento, o PCR estava implantado e não seria mais discutido. Entretanto, com a nova diretoria do BNB, o momento é outro e o Banco deve voltar a apresentar o projeto ao órgão em breve.
Outro ponto abordado refere-se à isonomia das diárias a serviço. O representante do SEEB/CE, Pedro Moreira, relatou que há diversos valores de diárias praticados hoje no BNB, criando um tratamento não isonômico entre os funcionários. E reforçou a reivindicação de que todos recebam a maior diária paga hoje pelo Banco. O dirigente sindical denunciou ainda que alguns valores de diárias estão congelados há mais de dez anos e que o recurso do ressarcimento de despesas, que deveria ser uma exceção, está virando rotina.
Benefícios/Remuneração – Os bancários cobraram isonomia de tratamento entre novos e antigos funcionários. “Sabemos da dificuldade desse debate com o governo e órgãos reguladores, mas ele é importante, pois repara injustiças de governos anteriores, de funcionários que fazem a mesma função, mas não tem o mesmo direito. Corrigir essas distorções é uma questão de justiça”, enfatiza Tomaz de Aquino.
O Comando Nacional reivindica ainda que, além da regra da Fenaban, o Banco reserve mais 5% do seu lucro líquido para o pagamento de PLR Social aos seus funcionários. Ademais, os bancários solicitam a anistia do empréstimo/concessão dado aos funcionários a título de PLR, já que o lucro do Banco não foi suficiente para honrar o pagamento do benefício. “Esse foi um paliativo que o BNB encontrou para pagar o que era direito nosso. Além disso, o lucro semestral do Banco já sinaliza que a próxima PLR também pode ficar aquém das nossas expectativas e se ainda tivermos que pagar esse empréstimo, o que vai sobrar é muito pouco”, justifica Tomaz de Aquino.
Sindicais – O Comando Nacional reivindicou ainda a liberação de mais dirigentes ligados à Contraf-CUT para fazer a defessa dos trabalhadores. “A base cresceu muito, mas o número de representantes liberados não aumentou. Hoje já existem bases sem nenhum representante e isso é prejudicial para o movimento sindical. Além disso, pleiteamos um programa de valorização do dirigente sindical, como forma de arregimentar novos quadros para fazer a defesa dos trabalhadores”, disse Carlos Souza.