Sindicato pressiona Byron Queiroz no ano da eleição de Lula

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O ano de 2002 foi marcado pela luta dos funcionários do BNB contra a direção do banco. Após sete anos de luta intensa do SEEB/CE, a gestão do banco, presidida por Byron Queiroz na época, começou a entrar em xeque. O Ministério Público Federal no Ceará deu entrada em ação na Justiça Federal pedindo afastamento de toda a administração do banco por improbidade administrativa. Byron e sua turma foram indicados para dirigir o BNB pelo então governador Tasso Jereissati (PSDB) e nomeado pelo presidente da época, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O Sindicato denunciou a direção do banco por beneficiar Tasso Jereissati na compra da fábrica da Coca-Cola de Natal. Segundo denúncias da Associação dos Aposentados do BNB (AABNB), o rombo no banco foi estimado em R$ 7 bilhões, enquanto que a direção só admitia um prejuízo de R$ 2,5 bilhões.

O então presidente do Sindicato, Tomaz de Aquino, depôs na Comissão de Fiscalização e Controle (CFC) do Senado, que apurou as denúncias sobre irregularidades no BNB, como desvios de recursos, improbidade administrativa, tráfico de influências e intermediação de interesses privados. Segundo Tomaz, as denúncias contra Byron renderam aos líderes sindicais oito processos na Justiça.

A direção do Sindicato considera(va) a gestão de Byron desastrosa e truculenta. Para os sindicalistas, foram mais de 400 demissões diretas e mais de 100 transferências injustas. Os dirigentes sindicais eram impedidos de entrar na sede administrativa do banco, no Passaré. A direção do BNB se recusou a receber até a minuta de reivindicação da Campanha Salarial daquele ano.

27 de outubro de 2002 – O ex-torneiro mecânico Luiz Inácio Lula da Silva é eleito presidente da República com 52 milhões de votos e reforça a luta dos movimentos sociais. Para os bancários do BNB, a esperança vencia o medo e demitia da direção do banco, em fevereiro de 2003, Byron Queiroz e toda a sua turma. A luta agora seria por uma gestão mais democrática, transparente e marcada pela participação dos funcionários.