Sindicato protesta contra demissões

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O Sindicato dos Bancários do Ceará realizou no dia 15/12, no Bradesco da Rua Floriano Peixoto, uma manifestação contra as 152 demissões realizadas pelo banco em 2006 só no Ceará. Desses, são 139 ex-becistas. Na frente da agência, diretores do Sindicato criticaram a ação do banco.

“É hora do movimento sindical dar uma resposta a essa política de demissões imotivadas do Bradesco. Esse banco trata o trabalhador apenas na perspectiva do custo-benefício. Para o banco, não somos trabalhadores, pais e mães de família. Somos apenas uma máquina que, quando fica velha ou dá algum tipo de problema, é imediatamente substituída”, disse Carlos Henrique Colares, diretor do Sindicato.

É surpreendente a mudança de postura do Bradesco com relação aos trabalhadores incorporados do BEC. No início do processo, o Sindicato, a Contraf/CUT e a Fetec/NE estiveram duas vezes reunidos com a direção do banco, e o Bradesco se comprometeu a não implementar nenhuma política de demissão em massa de funcionários do BEC. Além da quebra de compromisso ético assumido, é injustificável que eles estejam demitindo funcionários que estão a dois, três anos da aposentadoria.

O diretor do SEEB/CE, Clécio Morse acrescentou outros motivos da manifestação. “Nós estamos manifestando, também, contra as tarifas bancárias, a falta de segurança nas agências e o descaso social. O Bradesco é o único banco que não implementou portas de segurança em nenhuma agência”, afirmou Clécio. E foi por isso que os diretores conseguiram ocupar a agência e encenar para clientes e funcionários o velório do emprego, que o Bradesco anda matando. “Ao longo de 2006, o Bradesco não exerceu o papel de fomentar o desenvolvimento e a geração de emprego no Ceará. O único objetivo dele é lucrar. E, para isso, mata os empregos. Este ano, ele e o Itaú foram os que mais lucraram no País”, afirmou o presidente do Sindicato, Marcos Saraiva.

As três entidades trabalhistas estão requerendo reunião com a direção do banco para tentar sustar as demissões em massa. Enquanto isso, o Sindicato continuará realizando protestos denunciando a crueldade, insensibilidade e irresponsabilidade social.

PLR – E não é só com demissões que o Bradesco ignora o trabalhador. Terminou sem avanços as negociações sobre a melhora na PLR. A Contraf-CUT insistiu na reivindicação feita na Campanha Nacional, que pede a distribuição de mais 5% do lucro líquido de forma linear para todos. Nova rodada está marcada para o dia 18/12.
Além da PLR, também integram a pauta de reivindicações a isonomia entre os funcionários dos bancos incorporados, um novo PCS, auxílio-educação, segurança, fim das terceirizações e reestruturação do curso do Treinet.