Sindicato realiza ato e cobra mais segurança em agência do Bradesco

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Na última quarta-feira, 25/1, o Sindicato dos Bancários do Ceará visitou a unidade do Bradesco da Av. Aguanambi e cobrou mais segurança nas unidades do banco. A entidade retardou o atendimento da agência em uma hora e denunciou à sociedade que a falta de portas giratórias facilita a ação de assaltantes.


Estiveram presentes na agência o presidente do Sindicato, Carlos Eduardo Bezerra Marques, além dos diretores Plauto Macedo, Robério Ximenes, Carmem Amélia, José Eduardo, Luiz Roberto Felix (Bebeto) e Bosco Mota. Eles estiveram reunidos com os funcionários do banco e protestaram na frente da unidade enquanto ela esteve fechada, até às 11h.


“Nós tivemos três ataques ao Bradesco em Fortaleza exatamente em agências onde não há portas giratórias, nem detectores de metais. Não é razoável que o setor econômico que mais lucra nesse País, não investir na proteção à vida, na melhoria do atendimento, na segurança”, afirmou Carlos Eduardo.


O funcionário do Bradesco e diretor do Sindicato, Robério Ximenes, também manifestou a revolta dos trabalhadores. “O Bradesco que lucrou R$ 10 bilhões até o terceiro semestre do ano passado, não quer gastar dinheiro para botar porta de segurança. Essa questão não é uma questão nova, não é uma questão que surgiu agora. O Sindicato dos Bancários está na defesa dos trabalhadores. Mas o egoísmo e a ganância dos banqueiros principalmente aqui do Bradesco, fazem com que eles não queiram proteger a vida dos clientes e dos trabalhadores”.

Sem portas giratórias, agências do Bradesco viram alvo constante de assaltos


O Bradesco é um exemplo de que nem sempre, simplesmente, cumprir o que diz a lei basta. De acordo com o plano de segurança bancária (Lei Federal 7102/83), para funcionar, uma agência deve apresentar pelo menos três itens de segurança: a presença de vigilantes armados, alarme eficiente e mais um desses itens – equipamentos elétricos, eletrônicos e de filmagens; artefatos que retardem a ação dos criminosos, como: portas giratórias detectoras de metais e equipamento de retardo instalado na fechadura do cofre ou cabina blindada com vigilante. Acontece que, ao optar pela não colocação de portas giratórias, o banco expõe seus clientes, usuários e trabalhadores a um grau de insegurança enorme e tem virado alvo constante de assaltantes.


O último caso aconteceu na terça-feira, 24/1, na agência da Av. Aguanambi, em Fortaleza. Segundo a Polícia Militar, três homens entraram unidade e levaram, além de aproximadamente R$ 40,8 mil, as armas dos vigilantes e objetos de clientes.


A falta do equipamento é motivo de reclamação constante de clientes que se sentem vulneráveis dentro das unidades do Bradesco. Apenas as agências originadas do antigo BEC é que ainda possuem portas giratórias. Para o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), delegado Romério Almeida, “de certa forma” a ação foi facilitada pela falta do equipamento.


Ainda em 2011 aconteceram dois outros assaltos semelhantes em unidades do Bradesco. No dia 8 de setembro, cinco homens invadiram a agência do bairro Vila Velha e levaram três malotes de dinheiro. Os assaltantes entraram na unidade tranquilamente, armados, permaneceram na fila disfarçados com roupas semelhantes às da Coelce e só ao final do expediente anunciaram o assalto. Já no dia 19 de dezembro o alvo foi a agência da Av. 13 de Maio, onde quatro homens armados entraram no banco, tomaram dinheiro dos caixas, clientes e ainda levaram as armas dos vigilantes. “Essas sucessivas ações tão semelhantes só demonstram a fragilidade das agências do Bradesco quanto à segurança da população e dos bancários e vigilantes”, analisa Robério Ximenes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco.


“Isso facilita as ações dos assaltantes e mostra o descaso do banco com a segurança de trabalhadores, clientes e usuários. O Bradesco é um dos principais bancos privados do País e tem condições de investir mais na proteção à vida. Em nenhum momento o Bradesco descumpre a lei, mas a falta de um item tão importante quanto a porta giratória abre espaço para criminosos e expõe todos a um risco que poderia ser evitado”, reforça Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, enfatizando que a instalação de portas giratórias antes mesmo do autoatendimento é uma das bandeiras de luta dos bancários para reforçar a segurança nas unidades.


Janeiro com muitas ações – Somente em 2012 já foram registradas sete ataques a bancos no Ceará, dois deles a unidades do Bradesco. Para comparar, em janeiro/2011 foram apenas duas ações. “Isso só mostra a fragilidade da segurança no nosso Estado. É preciso pedir providências ao poder público, mas os banqueiros também podem colaborar com a segurança da população e dos trabalhadores”, conclui Carlos Eduardo.

Ações contra bancos em 2012

4 de janeiro: Banco do Brasil de Solonópole e Banco Itaú da avenida Washington Soares (Fortaleza).
6 de janeiro: Banco do Brasil de Capistrano.
11 de janeiro: Banco do Brasil de Irauçuba.
15 de janeiro: Banco do Brasil de Senador Sá.
17 de janeiro: Bradesco de Pedra Branca, no Sertão Central.
24 de janeiro: Bradesco da avenida Aguanambi, em Fortaleza.