Sindicato realiza reunião para debater Reestruturação nas Gecex e CSA

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O Sindicato dos Bancários esteve reunido com os funcionários do Banco do Brasil da Gecex, em Fortaleza, na quinta-feira, 30/10, e, após duas horas de reunião, juntamente com os trabalhadores, deliberou por repudiar o processo de fechamento do setor no Ceará.


De acordo com a entidade, este não é simplesmente um setor somente de retaguarda, e sim um setor de atendimento, de negócios, de exposição e qualificação e de valorização do estado do Ceará no comércio exterior – uma atividade econômica importante para a região, que está sendo preterida pela direção do BB para priorizar uma centralização no Sul e no Sudeste que mais uma vez distancia o Banco do Brasil do seu papel público, extremamente necessário para o desenvolvimento e a transformação da vida e da economia para aqueles que produzem no Nordeste.


O processo de reestruturação no Banco do Brasil havia sido anteriormente discutido em negociação ocorrida no dia 28/10, entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos e a Diretoria Corporate Bank (Dicor), envolvendo as Gerências Regionais de Apoio ao Comércio Exterior (Gecex) e os Centros de Suporte do Atacado (CSA). O banco apresentou, unilateralmente, a centralização dos processos nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo.


Essa centralização provocará fechamento ou redução de quadros da área operacional de algumas Gecex e CSA em Fortaleza, Vitória e Caxias do Sul, que ficarão apenas com a área negocial vinculada ao prefixo centralizador. No início da reunião, a representação dos trabalhadores também repudiou a atitude do banco em fazer uma reunião e, ao mesmo tempo estar comunicando o processo nos locais de trabalho.


“Com relação à reestruturação, nós questionamos à falta de informação por parte do BB e um início urgente de um processo de negociação que precisa avançar para dar garantias”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.


Garantia de direitos – O Sindicato corrobora a decisão da Comissão de Empresa e cobra a suspensão imediata da reestruturação, considerando que faltam informações concretas sobre o processo de reestruturação. A entidade defende que o BB apresente medidas de proteção da remuneração quanto a garantia dos locais da realocação dos funcionários, visto que o banco não tem outra área de comércio exterior no estado do Ceará e, no momento, para seguir na mesma área, o funcionário teria de escolher entre as cidades de Curitiba, São Paulo ou Belo Horizonte.


“Queremos a garantia para todos que quiserem permanecer em Fortaleza, com prioridades no comissionamento, procurando resguardar a mesma remuneração recebida no setor fechado, pois esses são profissionais que têm uma capacidade técnica e um acúmulo extremamente importante”, ressalta o presidente do Sindicato.


Haverá redução total de 50 vagas nos prefixos de CSA e de 90 vagas nas Gecex, ao tempo em que serão criadas novas dotações em São Paulo (220 vagas), Curitiba (120 vagas) e Belo Horizonte (90 vagas).  A previsão é de conclusão da reestruturação até março de 2015, sendo que algumas áreas já serão afetadas em janeiro.


O Sindicato deve ainda procurar outras representações políticas no Parlamento e no Executivo Estadual para tentar barrar esse processo de retirada de setores importantes do BB do Nordeste em privilégio do Sul e Sudeste. “Condenamos severamente essa atitude do banco de querer fechar setor de uma forma açodada, sem dar garantias e sem diálogo com os trabalhadores e o movimento sindical”, finaliza Carlos Eduardo.


O processo de centralização cortará vagas nas seguintes cidades:

– Fortaleza: 9

– Campinas: 33

– Brasília: 19

– Porto Alegre: 37

– Rio de Janeiro: 30

– Blumenau: 37

– Ribeirão Preto: 3

– Caxias do Sul: 20

– Salvador: 1

– Recife: 12

– Vitória: 13


“É preciso proteger os trabalhadores nos seus empregos, na sua remuneração e no seu local de trabalho face às constantes reestruturações que o BB vem realizando, mas é muito preocupante o esvaziamento de setores que atuam no Nordeste em detrimento do Sul e Sudeste. Isso aprofunda desigualdades. É preciso avançar no diálogo para uma atuação forte do BB como banco público”
Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará