Sindicato se reúne com MPF sobre irregularidades no BNB

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Na quarta-feira, dia 5/1, o Sindicato dos Bancários do Ceará esteve reunido com os procuradores da República, Edmac Trigueiro e Oscar Costa Filho e ouviu deles relato de como andam as investigações sobre os ex-dirigentes do BNB, que fizeram parte da gestão de Roberto Smith (fevereiro de 2003 a junho de 2011) e são acusados de, por meio de “gestão fraudulenta”, contribuir para um prejuízo de R$ 1,5 bilhão ao Banco. Os diretores Tomaz de Aquino e Carmen Araújo ouviram dos procuradores sobre o que de fato está sendo feito para punição dos culpados pelo rombo nos recursos do FNE.  A denúncia é do Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) e tramita na 11ª Vara da Justiça Federal.


O procurador da República, Edmac Trigueiro, disse que “o rombo contra o FNE, reúne fatos muito graves e o que o MPF apurou resultou numa ação penal contra os gestores do BNB, pelo delito de gestão fraudulenta. O fato é que o TCU identificou operações irregulares na gestão de recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE) que é gerido pelo BNB e que é remunerado por isso. Identificou-se que os dirigentes do Banco do Nordeste, na gestão desses recursos, não procuraram cobrar das empresas e pessoas devedoras. Elas poderiam até renovar os empréstimos, porque sabiam que não seriam cobradas”.


O MPF busca descobrir até que ponto houve irregularidade na tomada do empréstimo, quem são essas empresas, porque não pagaram e se havia alguma relação de promiscuidade entre o tomador e gestores do Banco.


“O trabalho pretende chegar até o fim. O MPF tem suas garantias constitucionais e vamos levar adiante. Queremos contribuir para uma nova governança no que diz respeito a gestão de recursos públicos. Essa sangria deve cessar. O banco deve ser blindado para que não se repita o que aconteceu no passado”, concluiu Edmac.


O Sindicato dos Bancários do Ceará questionou a permanência de alguns dos diretores que estavam à frente do Banco quando ocorreu esse problema. “O MPF pediu o afastamento dos dirigentes que ainda permanecem na Instituição, mas ainda não conseguimos judicialmente. Estamos dialogando com o TCU, com o judiciário e o Banco. Essa é uma nova pendência”, justificou o procurador.


O procurador da República, Oscar Costa Filho, disse que o procedimento de investigação de operações realizadas no BNB  acontece desde o ano passado. São empréstimos com dinheiro público, feitos sem que haja o atendimento às exigências legais, dos normativos do próprio banco. “As irregularidades no BNB, encontradas na investigação do MPF, no âmbito civil e criminal tem um ponto em comum em todas, que é no ato da contratação dos empréstimos fraudulentos. As operações de empréstimos foram feitas por empresas inidôneas, com restrições cadastrais”.  Segundo o procurador, o TCU está no Banco fazendo auditoria para saber por que essas operações aconteceram. “Nosso trabalho é identificar essas operações, juntamente com o TCU e em seguida responsabilizar os gestores e os beneficiários dessas operações”, finalizou Oscar.


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“O Sindicato reafirma sua disposição de continuar cobrando dos órgãos competentes o afastamento dos diretores remanescentes da gestão Roberto Smith, quando foram praticadas as irregularidades e posterior punição dos efetivamente julgados culpados”
Carmen Araújo, diretora do Sindicato e funcionária do BNB