Todos os dias da semana passada e no Dia Nacional de Luta foram marcados pela mobilização dos bancários com apresentação da peça de teatro, “O Jegue Tupiniquim Massacra Touro Europeu em Duelo na Caatinga”, nas agências bancárias de Fortaleza, Cascavel, Pacajus, Maracanaú e Caucaia. A peça é em forma de cordel e mostra a contenda entre trabalhadores e patrões, e recebeu aplausos dos clientes e da categoria.
Com essa forma lúdica, o Sindicato dos Bancários do Ceará mostrou a importância da mobilização para pressionar os bancos a apresentar uma proposta decente na Campanha Salarial 2014. E, se for preciso, convocou os bancários para uma greve forte para garantir direitos.
A peça é uma alegoria, uma sátira à realidade de hoje, onde um touro que representa o banqueiro, explora a população e os funcionários; contra o jegue, um animal resistente do Nordeste que representa a própria sociedade, que resiste no dia-a-dia a todos os ataques que lhes são desferidos contra a sua cidadania, contra a sua dignidade de trabalhador e de cidadão.
“O que nós queremos é mostrar para a população a real situação dos bancários. Quando falamos em greve, todo mundo já se assusta. Mas, é importante que a sociedade entenda que esta é a última arma que temos contra os banqueiros. Nós queremos mais contratações porque há demanda e há concursados esperando. Mais segurança porque esses biombos que hoje estão nas agências, por exemplo, são frutos da nossa luta. E o momento de arrancarmos novas conquistas é agora, na nossa campanha salarial.
Léa Patrícia, diretora do Sindicato e funcionária do BB
“Infelizmente os banqueiros nos empurram para a greve ao se negar a negociar. Precisamos avançar, principalmente, na melhoria do atendimento e das condições de trabalho. Se a fila nas agências é enorme, não é culpa do bancário e sim, do banqueiro que se recusa a contratar mais trabalhadores para atender dignamente à população.
Telmo Nunes, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco
“Os banqueiros apostam todos os anos no desgaste e no embate com a categoria bancária e que não tenhamos capacidade de organização. Mas a nossa mobilização e a greve têm arrancado conquistas importantes a cada ano. Claro que não é isso que queremos, mas essa tem sido a única forma que encontramos para forçar os banqueiros a negociar e fazer uma proposta digna aos trabalhadores.
Aílson Duarte, diretor do Sindicato e funcionário do Santander
“Estamos mostrando que os bancos cada dia ficam mais ricos, mais imponentes e esquecem seu papel social, tanto com o bancário que eles exploram, como com os clientes com precariedade no atendimento. Isso reflete a forma como os bancos atendem e tratam o povo”
Marcos Francelino, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú
“Estamos de novo sendo testados pelos bancos, que apostam no confronto. Nas negociações, os bancos mostram sua intransigência e a nossa resposta será com uma greve forte. Esperamos a participação de todos”
Bosco Mota, diretor do Sindicato e funcionário do BB
“Se o bancário não estiver concordando com o que acontece hoje dentro do banco – extrapolação de jornada, metas abusivas, funcionários sem tempo até de ir almoçar – a única solução é se engajar na luta junto com o Sindicato. E na greve, cruzar os braços e dizer: eu só volto quando for plenamente atendido”
Rochael Almeida, diretor do Sindicato e empregado da Caixa Econômica Federal
“Temos de nos mobilizar para conquistar proposta que contemple as reivindicações econômicas e nossas demandas sociais. Queremos o fim das metas abusivas e do assédio moral, mais saúde e mais emprego, o fim das terceirizações e mais segurança”
Mateus Neto, diretor do Sindicato e funcionário do Safra