Sistema financeiro está por trás da reforma trabalhista

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Durante Encontro dos Delegados Sindicais, realizado em 23/9, a advogada do Sindicato dos Bancários do Ceará, Dra. Ana Virgínia Porto, fez uma palestra sobre reforma trabalhista e mostrou como atinge a categoria bancária, com muitos prejuízos.  Segundo ela, ao analisar todas as mudanças na lei, percebe-se que o sistema financeiro esteve por trás o tempo todo da reforma, porque uma série de alterações atingem diretamente os bancários.


Os delegados sindicais, representantes da Capital e do Interior cearense, saíram com a missão de serem multiplicadores para a categoria bancária e a sociedade.  Nesse encontro, os diretores do Sindicato Marcos Saraiva, José Eduardo Marinho, Gabriel Rochinha e Cláudio Rocha, falaram da Campanha Nacional 2017 nos banco e garantiram juntar-se aos companheiros com muita luta e resistência contra os efeitos nefastos que ameaçam os direitos dos trabalhadores.


A advogada Ana Virgínia Porto, na sua palestra sobre reforma trabalhista, deu exemplo de alterações na lei que atingem os bancários, como a incorporação da gratificação, uma conquista consolidada que caiu, e toda a jurisprudência consolidada que beneficiava os bancários, que foi totalmente desarticulada.


Disse que foram criados institutos direcionados para a categoria, como o trabalho intermitente; o tempo parcial foi ampliado, que pode vir a trazer redução salarial; o tele trabalho, que ao ser implementado na categoria será muito prejudicial.


“O conjunto de toda a reforma trabalhista é muito prejudicial para todos os trabalhadores. A sua lógica é flexibilizar”, disse Dra. Virgínia. Explica que, os acordos individuais vão se sobrepor à legislação e a organização coletiva foi desarticulada.  O desmonte sindical como um todo não atinge somente os bancários, mas atinge todas as categorias. Essa reforma mexe diretamente com a organização sindical, a forma de representação, inclusive, não só coletiva, mas individual.


A advogada disse ainda que, se a reforma trouxe coisa ruim, nosso movimento sindical dos bancários é politicamente muito maduro e tem totais condições de enfrentar esse desafio. “É uma categoria que, apesar de toda a crise e da redução nos quadros, tem muito poder de fogo contra o sistema financeiro. Juridicamente, a comunidade toda está se articulando e já existe um Coletivo Jurídico pensando teses para se defender dos ataques da reforma”.


“Vai ser uma luta porque houve muitas baixas, por conta do ataque à Justiça do Trabalho e ataque à jurisprudência consolidada do TST. Mas nossa esperança está nas eleições de 2018, quando iremos retomar e voltar ao Governo e desarticular essa reforma nefasta à classe trabalhadora”, finalizou.