Solidariedade, Unidade e Luta no BB

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A diretoria do Banco do Brasil, com a conivência do governo Lula, acaba de perpetrar um duro ataque ao funcionalismo desta Instituição que ironicamente comemora um lucro de R$ 6 bilhões, às vésperas de seus duzentos anos de existência…


A reestruturação, na visão assumida da diretoria, visa uma adequação ao mercado. Visa reduzir custos, aumentar a eficiência operacional, elevar a produtividade. Esta é a linguagem de uma política de gestão cujos fundamentos são o mais puro neoliberalismo.


As conseqüências para os trabalhadores são visíveis: remanejamentos forçados, ambiente de trabalho degradado, ilegalidades agressivas como a terceirização e tudo o mais que o compõe um receituário que a América Latina vem rejeitando na medida em que vem elegendo governos de cunho popular de quem se espera o mínimo de coerência.


As conseqüências para a Instituição Banco do Brasil e para a sociedade também são grandes: os grandes clientes são privilegiados no tratamento e os pobres engrossam as filas imensas para receber seus parcos salários ou míseros benefícios. Ao ter a banca privada como parâmetro, o BB se afasta ainda mais da sua vocação de instrumento financiador do desenvolvimento nacional.


O Sindicato dos Bancários do Ceará chama à resistência. É preciso rechaçar o pacote e inverter a pauta. Aos empregados do BB interessa discutir um autêntico PCS (que estimule a permanência), a Isonomia plena para todos (acabando com as diferenças entre novos e antigos funcionários), a jornada de 6 horas, entre outras coisas.


Os funcionários do BB, no Ceará e no Brasil, têm demonstrado disposição de luta. O Sindicato espera servir de instrumento eficaz desta luta. Foram feitas paralisações, atos e protestos. Foram feitas denúncias públicas com matérias pagas nos três maiores jornais da terra. Igualmente foram feitas visitas ao Ministério Público do Trabalho e à Delegacia Regional do Trabalho. E ainda foi realizada uma Audiência Pública, na Assembléia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Nelson Martins.


Tudo isso é importante, mas nada substitui a luta direta e é nela que investiremos nossa energia no sentido de que esta luta seja a expressão unitária da solidariedade de todos os funcionários do Banco do Brasil.