Superintendência do BB descomissiona mais um gerente no Ceará

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A direção do Banco do Brasil no Ceará tem seguido uma nefasta política de descomissionamentos. Na contramão do seu discurso publicitário de responsabilidade social, o BB retalia funcionários de forma injusta, tirando comissão e prejudicando claramente os funcionários que não atingem as metas impostas pela Superintendência. Recentemente, mais um gerente perdeu sua comissão por não conseguir cumprir essas metas inatingíveis.


Bosco Mota, diretor do Sindicato e funcionário do BB, diz que a lógica seguida pelo banco é terrorista. “Desde que Eloi Medeiros chegou à Superintendência Estadual, o terror se instalou aqui no Ceará. É maior a cobrança de metas abusivas, o assédio moral, os descomissionamentos. A política é: se não cumpriu a meta na integralidade, ou o gerente é rebaixado para uma agência menor, com redução salarial, ou perde a comissão. Ou seja, se o gerente atingir 99% já será penalizado”, denuncia o diretor, destacando que diante do cenário de escassez no Estado, resultante da maior seca dos últimos 30 anos, fica impossível alcançar os melhores resultados, já que as vendas dos produtos e serviços são ainda mais difíceis.


Outra manobra – No último dia 31/1, o Sindicato já havia denunciado outra manobra do banco para justificar os descomissionamentos: desvirtuar o uso da GDC (Gestão de Desempenho por Competência – antigo GDP) para avaliar o cumprimento de metas, enquanto o sistema deve avaliar somente o desempenho das competências funcionais.


“Quem não atingir as metas inatingíveis recebe nota insatisfatória mesmo sem ter um desempenho ruim. A GDP não é sistema para avaliar alcance de metas e o banco tem se utilizado dela para justificar a retirada de comissão ou migrar, compulsoriamente, gerentes para agências menores e reduzir seus salários”, denunciou José Eduardo Marinho, diretor do Sindicato e funcionário do BB.


Esse novo “manual” de descomissionamentos é cruel e desrespeitoso, além de burlar claramente a Convenção Coletiva dos bancários – que protege os comissionados contra a perda de função, que só pode ocorrer após três avaliações negativas e consecutivas. Os funcionários prejudicados devem procurar o Sindicato, que tem o Departamento Jurídico à disposição para garantir os direitos da categoria.