Terceirizações e demissões nos bancos

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Enquanto a Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (CONTRAF-CUT) entregava documento ao Ministro do Trabalho se reportando ao anúncio de 23.600 demissões no mundo com a fusão entre os bancos Barclays e ABN Amro, o Sindicato dos Bancários do Ceará se reportava diretamente ao Bradesco exigindo o fim das demissões (217, de janeiro/2006 a abril/2007) e também do assédio moral. Outra instituição sem nenhum pudor para demitir que mostrou suas garras foi o HSBC: foram mais de 1.000 brasileiros que engrossaram a fila dos desempregados. Logo os bancos quem têm tanta gordura de lucros acumulados a queimar…


Ao lado das demissões, prospera a precarização das relações de trabalho. Recentemente, o renomado e competente economista Márcio Pochmann declarou ser possível a adoção de uma jornada de trabalho de quatro horas por dia e três dias por semana. Mesmo que não se chegue imediatamente a isto, é preciso considerar que a produtividade tem de ser repartida com os trabalhadores já. Na contramão de tudo isso, os bancos promovem a terceirização fraudulenta. Os bancos no geral, inclusive os bancos públicos que deveriam ser parâmetros de atuação legal e ética: chamando os concursados e/ou realizando novos concursos.


Nossa reação precisa se ampliar com a participação dos bancários: nas assembléias, reuniões e encontros. O Sindicato dos Bancários do Estado do Ceará vem denunciando o Bradesco, até tendo como mote sua propaganda enganosa, que ele é o banco mais completamente cruel. Demissões e assédio moral notadamente (mas não só) com os ex-becistas expondo-os a constrangimentos públicos e forçando-os a sair do banco, por vezes. É uma política de recursos desumanos da Idade da Pedra Lascada.


E em relação ao Banco do Brasil, o Sindicato o denunciou ao Ministério Público requerendo deste a abertura de Inquérito Civil Público ou Procedimento Administrativo para apurar e corrigir a terceirização ilícita de suas atividades-fim. Ação semelhante, com sucesso, o Sindicato já desencadeara junto ao mesmo Ministério Público sendo o alvo das denúncias a Caixa Econômica Federal.


Não esperaremos a Campanha Salarial para iniciar as lutas já que os ataques não param e vêm de todos os lados. Com garra e união, resistiremos e conseguiremos juntos reconstituir um ambiente digno que é o que merecem todos os bancários.