Termina a greve mais longa desde 2004

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Após 31 dias de paralisação, os bancários do Ceará encerraram, em assembleia realizada na última quinta-feira, 6/10, uma greve histórica, com quase 80% das agências fechadas.


Por ampla maioria, os bancários do Ceará aprovaram proposta de 8% de rea-juste salarial para esse ano, mais abono de R$ 3.500, com garantia de reposição da inflação (INPC) mais aumento real de 1% em 2017. O mesmo modelo vale para a atualização da PLR.


O reajuste de 8% não era o que queríamos, entretanto, se não fosse a força da nossa greve e da nossa mobilização, não teríamos conquistado nem isso e nem garantido o aumento real para 2017. Estamos em uma conjuntura de ameaça de retirada de direitos, com a reforma da previdência, a proposta de acabar com a jornada de seis horas dos bancários, o projeto de lei da terceirização. A nossa luta não terminou. Pelo contrário, ela começa agora. A luta para não perder direitos continua.

“A Campanha Nacional dos Bancários 2016 foi um marco. Acabamos tendo uma negociação muita dura com os bancos e governo. A Fenaban fincou pé para não repor a inflação, nos levando à maior greve dos últimos 25 anos. Ainda assim, conseguimos arrancar às duras penas uma proposta que chegou mais próximo do nosso objetivo de repor a inflação e ter ganho real. Este ano não tivemos, mas já amarramos para o próximo ano a reposição da inflação mais 1% de ganho real. A campanha foi dura num cenário adverso, mas nós não aceitamos a retirada de direitos, que estava proposta na mesa e, nesse sentido, fomos vitoriosos.  Nós conseguimos encarecer a demissão para os bancos, que é um processo que iremos trabalhar do centro de realocação”
Gabriel Rochinha, diretor do Sindicato e funcionário do Bradesco

EMPREGO: Criação de um centro de realocação e requalificação profissional, com o objetivo de combater as demissões e cujas regras serão discutidas entre bancos e o Comando Nacional dos Bancários.

VALE-CULTURA: Os bancários devem pressionar o governo federal pela manutenção do vale-cultura. Caso a legislação seja renovada, os bancos manterão o direito para os trabalhadores. O benefício está garantido até dezembro, quando termina o convênio.

REAJUSTE DA PLR: 8%

REGRA: 90% do salário reajustado em 8% mais R$ 2.183,53, limitado a R$ 11.713,59. Se o montante distribuído entre os bancários for inferior a 5% do lucro líquido do banco em 2016, o valor será aumentado até atingir os 5% ou 2,2 salários do empregado (o que ocorrer primeiro), com teto de R$ 25.769,88.

PARCELA ADICIONAL

2,2% do lucro líquido dividido entre todos os funcionários, até o limite individual de R$ 4.367,07.

ANTECIPAÇÃO DA PLR:

a primeira parcela será paga em até dez dias após a assinatura do acordo e a segunda até 1º de março de 2017.

REGRA BÁSICA

Serão pagos 54% do salário mais fixo de R$ 1.310,12, limitado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido do banco (o que ocorrer primeiro) apurado no primeiro semestre deste ano.

REGRA ADICIONAL

O adicional de PLR corresponderá a 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2016 dividido igualmente entre os trabalhadores, com o teto de R$ 2.183,53.

 


ACORDO FENABAN 2017


SALÁRIOS, PLR, VA, VR, 13ª CESTA ALIMENTAÇÃO,


AUXÍLIO-CRECHE BABÁ E DEMAIS VERBAS:


REPOSIÇÃO TOTAL DA INFLAÇÃO + 1% DE AUMENTO REAL