Total de trabalhadores acidentados e doentes pode ser sete vezes maior do que o número divulgado pelo INSS

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A Fundacentro produziu o estudo Acidentes de trabalho no Brasil em 2013: comparação entre dados selecionados da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE (PNS) e do Anuário Estatístico da Previdência Social (AEPS) do Ministério da Previdência Social e constatou uma grande discrepância. Enquanto que para a Previdência o País registrou 717.911 acidentes de trabalho em 2013, os dados do IBGE revelam 4,9 milhões de pessoas, com 18 anos ou mais, que teriam se envolvido em acidente de trabalho no Brasil.


A comparação mostrou que a PNS aponta números de quase 7 vezes os da Previdência. Segundo a Fundacentro, essa diferença se deve à já conhecida subnotificação do registro de acidentes, já que muitas empresas escondem os números reais, como também à baixa taxa de formalização do emprego.


Este tema voltou a ser debatido amplamente na quinta-feira, 28 de abril, “Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”. Reunido em Belo Horizonte, o Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, tem discutido o assunto em suas reuniões, já que os números referentes ao adoecimento da categoria bancária estão defasados.


A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revela que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico.  Mas os números são muito maiores.

Ambiente adoecedor – Bancários convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e sequestros, tendo de dar conta de inúmeras tarefas.