O Dia Internacional do Trabalhador, 1º de Maio, deste ano foi especialmente simbólico para a classe trabalhadora. A data sempre foi sinônimo de luta, mas nesse cenário de retirada de direitos e ameaças à nossa aposentadoria e à nossa organização sindical, as centrais sindicais organizaram um ato unificado e reuniram, mesmo com chuva, cerca de 20 mil trabalhadores em caminhada pelas ruas da Praia de Iracema.
A motivação da classe trabalhadora se justifica por uma série de desmandos e impropérios anunciados desde o início do governo Bolsonaro e que, fatalmente, estão direcionando o país para um cenário de caos: economia em declínio, educação sem rumo, projetos de lei contraditórios e até inconstitucionais, tentativa de implantação de ideologia de extrema direita em vários setores, resultando em ataques a diversas categorias profissionais como professores e jornalistas, ataques sucessivos aos movimentos sociais, entre outros desastres.
Um dos anúncios dessa catástrofe é o crescente índice do desemprego do país que, segundo pesquisa divulgada recentemente pelo IBGE já chega a um crescimento de 10,2% e atinge mais de 13 milhões de pessoas em todo o país. Esses números nos remetem a outras lutas, como a criação de uma política nacional de emprego, a defesa da política de reajuste do salário mínimo com aumento real e contra a reforma da previdência, como forma de defender quem, definitivamente, não pode pagar o preço desse governo sem projeto: a classe trabalhadora.
O governo Bolsonaro não tem um projeto econômico sólido para o país e os dados divulgados pelo IBGE refletem a falta de proposta efetivas para a retomada do crescimento. Arrocho salarial e retirada de direitos, como Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes vêm propondo, não geram emprego nem aquecem a economia para trabalhadores, pobres e miseráveis. Pelo contrário, aumentam a desigualdade econômica e social. Assim como tirar o direito dos brasileiros se aposentarem no futuro também não vai trazer crescimento e geração de emprego, como o governo vem, irresponsavelmente, propagando.
Por sua vez, o setor financeiro, aquele que mais lucra nesse país, ano após ano, já fechou 1.655 postos de trabalho em 2019, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os piores saldos foram registrados no Rio Grande do Sul (676 postos fechados), no Rio de Janeiro (-423 postos) e aqui, no Ceará (-143 postos). Em contraste a isso, os bancos vêm divulgando seus balanços trimestrais, todos apontando lucros cada dia mais vultuosos, demonstrando que não têm motivo algum para demitir a não ser sua total falta de compromisso com o País.
Diante de todos esses números, a única saída para a classe trabalhadora é engrossar as trincheiras da resistência, unindo-se aos seus sindicatos e levantando-se contra todas as injustiças direcionadas aos trabalhadores e às parcelas mais pobres da nossa população. Está claro que as decisões tomadas até agora por Bolsonaro vão piorar ainda mais a situação dos trabalhadores brasileiros e, consequentemente, aprofundar a crise econômica no país. São políticas públicas que geram emprego e criam oportunidades. É preciso que as pessoas tenham oportunidade de consumir. É preciso pensar em medidas que valorizem a produção, com crédito barato para o povo, que é realmente quem constrói esse país. É justamente nesse momento que bancos e governo devem fazer o seu papel. E nós, trabalhadores, também: resistindo!