Trabalhadores vão discutir emprego com vice-presidente do Santander

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Em reunião ocorrida no dia 19/11, do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), a Contraf-CUT, federações e sindicatos obtiveram a marcação de uma reunião com o vice-presidente executivo sênior do Santander, responsável pela área de Recursos Humanos, a ser realizada no próximo dia 28/11, em São Paulo, para discutir o problema do emprego.  O agendamento ocorreu em resposta à solicitação das entidades sindicais de um encontro com o presidente do banco, Jesús Zabalza, sobretudo diante das demissões e da falta de funcionários na rede de agências.


Demissões no Estado – “Temos que discutir com o banco sobre as demissões, que em Fortaleza já ocorreram oito só nos últimos 30 dias e também sobre a falta de funcionários nas agências”, afirma Eugênio Silva, diretor do SEEB/CE. Segundo ele, “é comum encontrarmos nas unidades do Santander em Fortaleza, funcionários com vários problemas de ordem médica, como por exemplo, depressão, Síndrome do Pânico e Lesões por Esforços Repetitivos (LER/DORT). Essas mazelas adquiridas pelos bancários são fruto da forte pressão por metas, falta de funcionários e a preocupação constante com a demissão”.


Eugênio Silva afirma ainda que “hoje a maior preocupação do corpo funcional do banco é a grande massa de serviços, ocasionada pela falta de funcionários nas agências. Vez por outra, em visita às unidades, encontramos gerentes operacionais atendendo no caixa. Na reunião do dia 28 com o vice-presidente sênior, responsável pela área de Recursos Humanos do Santander, todos os problemas serão abordados”, finaliza o dirigente sindical.


Demissões no País – Mesmo com lucro líquido de R$ 4,3 bilhões até setembro deste ano, o Santander cortou 3.414 empregos no mesmo período, o que é totalmente injustificável. Apenas no terceiro trimestre, a instituição lucrou R$ 1,4 bilhão, mas eliminou 1.124 postos de trabalho. Já nos últimos 12 meses, a redução alcançou 4.542 vagas, uma queda de 8,2% no quadro de funcionários que fechou setembro em 50.578.


Homologações por prepostos terceirizados – Os representantes dos bancários voltaram a cobrar o fim dos prepostos terceirizados nas homologações junto a sindicatos, o que tem sido praticado pelo banco, causando muitos transtornos, além de procedimentos no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e no Ministério Público.  O banco ficou de analisar o embasamento jurídico apresentado, ficando de voltar ao debate na próxima reunião do CRT, agendada para o próximo dia 27.


Mudanças unilaterais nos planos de saúde – Os bancários questionaram as alterações feitas pelo banco na assistência médica sem negociação prévia com o movimento sindical. Além de um aumento médio de 28,5% para os funcionários da ativa, os demitidos ou aposentados que atendam às condições da lei nº 9656/98 e que optem por permanecer no plano de saúde deverão assumir o pagamento integral do respectivo custo, de acordo com a faixa etária, elevando assustadoramente as contribuições, quase triplicando os valores no prazo de cinco anos. O banco propôs o agendamento de uma reunião para tratar do assunto. As entidades sindicais irão incluir o problema da pauta da próxima reunião do CRT.