Trabalho autônomo cresce e eleva nível de informalidade

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A informalidade nas relações de trabalho avançou nos últimos 20 anos. No entanto, não foi um crescimento tão expressivo para um período longo de tempo. Os trabalhadores informais passaram a representar, em 2005, 47,9% da mão-de-obra. Em 1985, eles eram 46,7% do mercado de trabalho. Essa expansão não se deu por conta de um número maior de assalariados sem carteira assinada, ela ocorreu ancorada no aumento dos autônomos.


O percentual de trabalhadores que recebiam salário, mas não tinham carteira assinada, diminuiu de 55,1% para 50,9% e o percentual dos chamados “autônomos” foi de 41% para 43%. Enquanto as pessoas ocupadas que não recebem remuneração eram, em 1985, 3,9% dos trabalhadores informais do País e agora representam 6,1%.


Nem mesmo a melhoria da escolaridade foi suficiente para garantir salário maior. Com o desemprego em nível elevado e baixo crescimento econômico, os trabalhadores sem carteira tiveram rendimentos achatados. A queda no período foi de 20,5% em termos reais – o salário médio passou de R$ 653,00 para R$ 519,00.


Hoje, o trabalho sem carteira assinada não é mais um tipo de vínculo temporário ou que atinge apenas jovens ou pessoas com pouca escolaridade. Está instituída como nova relação de trabalho. As pessoas nessa situação dificilmente serão absorvidas pelo mercado formal. No passado, quando a economia crescia, os empregados informais eram absorvidos e contratados com carteira assinada e isso não ocorre atualmente.