Trotes prejudicam o atendimento

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Não é muito difícil escutar reclamações sobre o tempo que uma viatura da polícia ou ambulância demora para chegar ao local de uma ocorrência. O que poucos sabem é que o número de trotes é um dos principais responsáveis por isso. De acordo com dados do Centro Integrado de Operações Policiais (Ciops), que coordena todas as ações de segurança pública (Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros) para resolução de casos emergenciais em Fortaleza e na Região Metropolitana, 39% das ligações recebidas são trotes.


Segundo esse levantamento, 3.400 pessoas deixam de ser atendidas mensalmente, o que, anualmente, equivale a 40.800 comunicados que não são feitos em Fortaleza e na Região Metropolitana. Somente este ano, o Ciops recebeu 644.941 ligações falsas. A maior parte dessas ligações é feita nos finais de semana, dias em que o atendimento pode demorar até duas horas, ou não acontecer.


Para reduzir o número de falsas informações no teleatendimento, o diretor do Ciops, delegado César Wagner Maia Martins, lançou em março o Programa de Conscientização e Prevenção ao Trote. O programa realiza palestras em escolas, visitas de estudantes ao Centro, correspondências de conteúdo educativo a escolas e residências, além da criação de uma equipe antitrote, que tem por objetivo efetuar flagrantes no local de origem da chamada.


Com o sistema de identificação de chamadas, o Ciops localiza a origem de cada ligação. De acordo com César Wagner, a maioria dos trotes é originada de telefones instalados em escolas, principalmente no horário do intervalo. Passar trote é crime. O artigo 340 do Código Penal prevê prisão de um mês a seis meses. O Ciops atende pelo número 190.