UNIDADE E MOBILIZAÇÃO PARA DERRUBAR A PROPOSTA DA PREVIDÊNCIA

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“Não é reforma, é ajuste fiscal. Não se cobra um centavo dos devedores da Previdência, mas quer sacrificar quem mais precisa dela. O que se quer fazer é um desmonte”. A frase foi proferida pelo ex-ministro da Previdência Social, Carlos Gabas na terça-feira, dia 26/3, na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará, quando aconteceu debate abordando a PEC 06/2019, proposta pelo governo Bolsonaro, que vai dificultar o acesso à aposentadoria. O evento contou ainda com a participação do técnico do IBGE e dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela.


Na ocasião, os dois convidados abordaram as diversas crueldades da proposta de Bolsonaro, que é muito pior do que a do golpista Temer, derrotada pela classe trabalhadora após uma jornada de lutas que culminou na maior greve geral da história, realizada em abril de 2017. “A reforma de Temer era contra o trabalhador e nós fomos para as ruas e derrotamos o Temer. Nossa tarefa é derrotar essa proposta, precisamos esclarecer o que é essa reforma e o quanto ela é prejudicial para todos nós”, completou Gabas.


Já Paulo Barela destacou os prejuízos que essa proposta traz para os trabalhadores, sobretudo mulheres e quem tem aposentadoria especial, como os professores. Ele destacou ainda que, na PEC 06/2019, está prevista a retirada do benefício do PIS/Pasep para mais de 20 milhões de pessoas, pois a proposta limita o pagamento somente a quem recebe um salário mínimo. “A retirada de remuneração da população aliada às dificuldades de acesso à aposentadoria vai quebrar muitos municípios Brasil a fora”, analisa.

“Para defender a nossa Previdência, avalio que devemos fortalecer uma frente. Temos de nos superar na capacidade de dialogar, sensibilizar, convencer e mobilizar para derrotar, mais uma vez, essa reforma. É fundamental nossa unidade na luta”
Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará


“Essa proposta de reforma é ainda mais cruel com as mulheres. O peso que uma mulher carrega numa sociedade machista e capitalista, com jornada dupla e às vezes tripla, é o que já justifica que ela se aposente com menos tempo de trabalho e contribuição. Essa proposta vai contra essa ideia, coloca todo mundo no mesmo patamar, pois é, além de tudo, uma reforma machista”
Paulo Barela, técnico do IBGE e dirigente nacional da CSP-Conlutas


“Primeiro ponto é que não é reforma, é ajuste fiscal. Segundo lugar, é ajuste fiscal na conta do pobre, do trabalhador. Não tem nenhuma relação com o equilíbrio das contas da Previdência. Se assim fosse, alguns elementos deveriam estar na mesa como a cobrança dos devedores. A nossa tarefa é derrotar essa proposta, dialogar com a sociedade, com nossos amigos, familiares e mostrar o quanto ela é prejudicial”
Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência Social