Vítimas podem sofrer estresse pós-traumático até meses após assalto

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“Estou afastada há alguns dias devido ao assalto no qual fiquei refém durante uma hora e meia. Está sendo horrível. Tomo três medicamentos e ainda sou obrigada a saber de descasos da minha empresa. A partir do momento que sofremos o assalto não valemos mais nada para a instituição. Alguns diretores e gerentes estão duvidando do abalo que sofri, colocando-se em uma posição de superioridade e expondo-me ao ridículo, como se eu fizesse parte da quadrilha que invadiu minha agência”.


Esse é o desabafo de mais uma bancária que foi refém em assalto à agência onde trabalha. Desta vez em uma agência do Santander na zona oeste de São Paulo. O crime escancara o drama dos funcionários que têm seu local de trabalho invadido por marginais. Essas situações de extrema violência podem trazer sérias consequências à saúde dos trabalhadores, ainda que não de imediato. É o estresse pós-traumático.


De acordo com o Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde sobre Doenças Relacionadas ao Trabalho, do Ministério da Saúde, o estresse pós-traumático pode surgir dias ou até seis meses após o trauma.


Seus sintomas incluem, segundo o Ministério da Saúde, episódios de repetidas revivescências (reviver) do ocorrido, que podem ser acompanhados por medo, pânico ou agressividade; sensação persistente de entorpecimento ou embotamento emocional; diminuição do envolvimento ou da reação ao mundo; rejeição a atividades e situações que lembram o episódio traumático.


O trabalhador também pode permanecer em estado de excitação, hipervigilância, reações exacerbadas a estímulos, insônia, ansiedade e depressão, bem como ideação suicida. O bancário tem de exigir dos bancos a emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e cópia do Boletim de Ocorrência (BO).


Em caso de dúvidas ou denúncias, procure o Sindicato: (85) 3252 4266.