Vitória de Alckmin pode trazer de volta demissões e privatizações

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Nem bem começou a campanha do 2º turno das eleições e os assessores do tucano Geraldo Alckmin já estão deixando escapar o que planejam para o Brasil: mais privatizações, corte do orçamento, aumento do dólar e desvalorização da nossa moeda, o Real. A notícia foi dada pelo economista Yoshiaki Nakano, um dos principais assessores de Alckmin e ex-secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. Ele é apontado ainda como possível ministro da Fazenda numa acidental gestão de Alckmin.

Em entrevista na semana passada, Nakano prevê um corte de despesas de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), ou cerca de R$ 60 bilhões no orçamento dos Ministérios do ano que vem.

Além disso, o vice-presidente nacional do PSDB, deputado Alberto Goldman (SP) afirmou que a Petrobrás seria melhor e lucraria mais se fosse gerida pelo setor privado. ‘‘O setor privado gerencia de uma forma melhor que o público porque tem mais flexibilidade e melhores executivos. Se fosse privatizada, (a Petrobrás) lucraria mais, pois a gestão é mais ágil, mais eficaz’’, avaliou.

De acordo com o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, não é possível promover um corte desses sem comprometer os programas sociais. “Eu acho que o Brasil não precisa de nenhum choque fiscal, mágica ou proposta muito radical. Não deu certo no passado. Estamos com uma situação equilibrada do ponto de vista econômico como nunca tivemos antes”, afirmou.

Mantega lembrou que os gastos em saúde e educação estão protegidos pela Constituição, de modo que não podem ser objeto de cortes. “Não vejo como cumprir os programas sociais. Ou teria que cortar o Bolsa Família, que consome de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões por ano, ou na folha de pagamento [cuja previsão é de crescimento de R$ 11 bilhões em 2006]”, afirmou. Para o ministro, não há desequilíbrio fiscal, como havia no passado, que justificasse um corte desta proporção no orçamento.

O deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) disse que os tucanos não têm autoridade para propor qualquer mudança em relação à política cambial seguida pelo governo Lula.

“Os tucanos, pelo seu passado, não sabem muito bem lidar com câmbio. Lembremos do desastre que foi feito durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A política cambial foi exatamente uma das responsáveis pelo grande desastre”, afirmou. “Portanto, acho que eles não têm muita autoridade para propor nada em relação a essa área”, acrescentou.