O Banco do Brasil está enviando ao seu funcionalismo uma nota apelativa e maliciosa para que os bancários voltem ao trabalho e abandonem a luta por seus direitos. Muito nos entristece essa atitude do banco que, ao nosso ver, deveria estar abrindo os canais de negociação para terminar a greve de forma digna e justa para todos.
Na última negociação, o BB anunciou a contratação de três mil novos funcionários até 2010 e a criação de comitês de ética em todos os estados visando combater o assédio moral. No entanto, sabemos que esses 3.000 funcionários ainda são poucos para suprir a enorme demanda de funcionários que existe hoje em todo o País. Além disso, para esses comitês de ética funcionarem, é preciso não só aceitar discutir o assédio moral, mas criar uma política dura de combate a essa prática imoral que, infelizmente, hoje é constante no Banco do Brasil.
Queremos ainda que o banco avance nas propostas sobre o PCCS, valorização dos pisos salariais, nosso reajuste, fim da lateralidade, volta do pagamento das substituições, isonomia entre novos e antigos funcionários, entre outras reivindicações há muito tempo desejadas pelos funcionários do BB. Esse sim é o voto de confiança que queremos!
O Banco do Brasil, presidido hoje pelo banqueiro Ademir Bendine, é o maior banco do País e um dos maiores do continente americano e investe parte de sua receita bilionária em investimentos como fusões, patrocínios e publicidade. O que não dá para entender é o porquê de o banco não querer investir também nos seus trabalhadores. Lá, existem milhares de trabalhadores que dão duro o ano inteiro e também precisam ser “público alvo” das ações de investimento sério da direção do banco.
Acreditamos ainda que o princípio de um banco público, além de atender às necessidades da sociedade, é investir também em seus trabalhadores, incentivando a criação de empregos, valorizando a renda dos funcionários e mantendo sempre boas condições de trabalho para todo o seu corpo funcional.
Temos o maior interesse em encerrar a greve, mas isso só acontecerá quando os bancos, incluindo o BB, demonstrarem responsabilidade social também com os bancários. A nossa resposta à intransigência e à pressão do banco é uma greve cada vez mais forte para garantir maiores conquistas para os trabalhadores. Disposição de luta é o que não nos falta!
Sindicato dos Bancários do Ceará