Acordo do BB com banco suíço pode reeditar fiasco do passado e indicar privatização disfarçada

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O Banco do Brasil firmou um memorando de entendimentos com o banco suíço UBS para prestar serviços de banco de investimento e de corretora de valores no segmento institucional no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. Os termos e condições definitivos a serem estabelecidos no Acordo de Associação estabelecem que o UBS será acionista majoritário (50,01%) da parceria e terá acesso à base de relacionamento do BB, segundo texto publicado no site Infomoney.

“Já vimos isso antes. Uma parceria entre o Banco do Brasil e o Deutsche Bank acabou em um prejuízo de R$ 200 milhões para o banco brasileiro”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, lembrando do MaxBlue, um dos maiores fiascos do mercado financeiro no país.

Criada em 2001, durante o governo FHC, em menos de dois anos o MaxBlue gerou prejuízos de R$ 200 milhões para o BB. Em pouco mais de um ano tinha conseguido apenas 7.000 clientes. O BB teve que assumir o prejuízo depois que o Deutsche desistiu do projeto.

O BB tem 100% das ações do Banco de Investimento e quer vender mais de 50% ao UBS que vai ganhar de graça o imenso canal de distribuição do BB, com 4.700 agências, 90 mil funcionários e 36 milhões de clientes, enquanto o BB, aparentemente, não ganha nada. Mais do que privatização, é a entrega de um patrimônio construído pelo banco a um sócio que não tem nada a acrescentar.

Não é a primeira vez que o UBS tenta aumentar sua presença no mercado brasileiro. Em 2006, o grupo suíço comprou o controle do banco de investimentos brasileiro Pactual de seus sócios por 2,5 bilhões de dólares. Três anos depois, o banqueiro André Esteves comprou de volta o controle do banco com seus sócios por um preço similar, e mudou seu nome para BTG Pactual, hoje o maior banco de investimento independente da América Latina.

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