ARTIGO: Por um país com juros mais baixos e com justiça tributária para todos!

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José Eduardo Marinho, Presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

Uma das principais pautas do movimento sindical brasileiro na atualidade é a redução da taxa de juros definida pelo Banco Central (BC), a Selic. Usada como controle da inflação, ela serve como referência para todas as outras taxas de juros do país e vem se mantendo em patamares elevados há quase três anos. Atualmente está em 10,75% ao ano e ainda é uma das mais altas do mundo, ainda que o Conselho de Política Monetária (Copom) venha reduzindo a taxa “a conta-gotas”.

O movimento sindical bancário vem há mais de um ano realizando protestos pontuais pela redução dessa taxa de juros, pois acreditamos que uma Selic tão elevada trava o desenvolvimento do país, reduz oportunidade de geração de emprego e renda e encarece o crédito, aumentando o endividamento da população, entre outros malefícios. A queda da taxa de juros foi ainda uma das bandeiras de luta dos atos do 1º de Maio em todo o país.

Apesar do discurso de controle da inflação, diversos estudos demonstram que juros altos são péssimos para o desenvolvimento econômico, o que, por consequência, prejudica a população, em especial de mais baixa renda. É a classe trabalhadora que sofre pagando juros altos em financiamentos, cartão de crédito e todas as demais operações financeiras. Toda a sociedade é prejudicada.

Embora o presidente Lula (PT) e sua equipe econômica critiquem o índice, o governo federal nada pode fazer porque a Selic é definida pelo Banco Central (BC), que se tornou independente em fevereiro de 2021, após o Congresso Nacional aprovar uma lei que foi sancionada por Bolsonaro (PL). Segundo o Boletim Focus, os juros básicos devem encerrar este ano em 9,5%. Para 2025, a projeção foi a 9%.

Além de cobrar a redução da taxa de juros do Copom, os trabalhadores lutam ainda por mais justiça tributária. O presidente Lula (PT), durante a sua campanha eleitoral em 2022, prometeu corrigir a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para que trabalhadores com renda até R$ 5 mil ficassem isentos da contribuição. O teto de isenção estava congelado em R$ 1.903,98 desde 2015. Somente em 2023 é que a tabela voltou a ser corrigida para R$ 2.640,00, e em fevereiro deste ano saltou para R$ 2.824,00, o que segundo o governo federal beneficiará mais de 35 milhões de brasileiros, devido à progressividade da tabela. Ainda assim, a defasagem é grande, fazendo com que, quem tem renda menor pague proporcionalmente mais imposto do que os ricos, tornando a carga tributária brasileira extremamente injusta. E é exatamente essa injustiça tributária que queremos impedir que se perpetue.

Mais recursos nas mãos do trabalhador geram melhoria na sua condição de aquisição de bens, de produtos e tudo mais, e permite, obviamente, o acesso a mais alimentos, a mais serviços, e fazendo que a economia gire um pouco mais no sentido de consumo, porque quem faz a economia girar no comércio, no serviço são justamente aqueles que recebem salários mais baixos.

Por isso defendemos uma reforma tributária em que os mais ricos paguem mais. Precisamos, urgentemente, fazer com que esse país seja menos desigual. Vamos juntos por juros mais baixos e por justiça tributária para construir um país mais justo para todos!

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