Ataques aos bancos públicos pode condenar milhões à miséria

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

 O Governo Federal quer destruir Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e acabar com financiamento à economia. Atendendo aos apelos do mercado financeiro, leva adiante seu plano de esvaziar os bancos públicos, vender suas subsidiárias e prepará-los para a privatização.

O governo Bolsonaro ataca diariamente as instituições e seus funcionários, demitindo e desmotivando aqueles que dedicam/dedicaram toda a sua vida de trabalho para atender à população e fornecer crédito para a produção e geração de emprego e renda, ajudando a produzir alimentos, produtos e serviços.

Apesar dos ataques do governo, os bancos públicos são eficientes, geram lucro e pagam dividendos ao Tesouro Nacional. Em 2019, os três maiores bancos públicos (BB, Caixa e BNDES) lucraram R$ 57 bilhões e pagaram, ao governo, R$ 18,2 bilhões em dividendos. Dinheiro suficiente para cobrir o valor gasto com o programa Bolsa Família, que beneficia 8,3 milhões de famílias, e um total de cerca de 25 milhões de pessoas.

Além disso, o Banco do Brasil, em específico, é responsável por quase 60% de todo o crédito agrícola. Financia os pequenos agricultores da agricultura familiar, responsável pela produção de 70% de todos os alimentos consumidos pelos brasileiros. Financia também o agronegócio, responsável por 43% das exportações brasileiras em 2019. O Brasil se tornou um dos dois maiores produtores de alimentos do mundo, graças ao apoio que o BB dá a este segmento desde a sua fundação.

Além disso, o sonho da casa própria das famílias brasileiras somente é possível graças à Caixa Econômica Federal e o BB. Juntos, eles respondem por quase 80% de todo o crédito imobiliário às famílias brasileiras. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste esse percentual chega a quase 100%. Sem BB e Caixa, haveria uma explosão de favelas nas grandes cidades brasileiras.

BNDES, BB e Caixa emprestam a longo prazo e foram os grandes responsáveis por financiar obras de infraestrutura, como hidrelétricas, geração de energia eólica, metrôs, corredores de ônibus, aeroportos, portos, modernização de estradas. Sem esses bancos, apagões como o de 2001 e o do Amapá em 2020 seriam uma constante. Os bancos privados emprestam a juros altíssimos e no curto prazo, em busca de lucro imediato.

Os bancos públicos são responsáveis por mais de 80% de todo o crédito concedido nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul. Os bancos privados concentram suas atividades principalmente em São Paulo, aprofundando desigualdades regionais.

Sem levar em conta qualquer uma dessas premissas, o governo tem se mostrado contra os servidores, espalham informações falsas e deturpadas para prejudicar a imagem das empresas públicas e de seus funcionários, querendo colocar a sociedade contra os servidores afirmando que eles têm uma série de privilégios, o que não é verdade.

Se o governo acabar com os bancos públicos, o Estado perderá um instrumento poderoso de incentivo à economia. Ao tentar destruir os bancos públicos, o atual governo pode comprometer a capacidade de recuperação da economia pós-pandemia, dificultar a geração de empregos e, por consequência, condenar milhões de brasileiros à miséria.

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