Bancos privados demitem em plena pandemia

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José Eduardo Rodrigues Marinho, Presidente em exercício do Sindicato dos Bancários do Ceará

O nosso bate-papo dessa semana é sobre um assunto preocupante e que gera também muita indignação: demissões.

Apesar de terem se comprometido, em acordo com o movimento sindical, logo no início da pandemia, que não iriam realizar demissões nesse período, os bancos privados – Santander e Itaú – estão descumprindo o acordo e realizando demissões por todo o país. Sim, por incrível que pareça, em plena pandemia.

Para denunciar a situação à sociedade, o Sindicato está lançando campanhas nas redes sociais e realizando atividades nas ruas, mostrando a postura desumana dos bancos que, nas suas campanhas publicitárias alardeiam responsabilidade social, mas na vida real, estão demitindo pais e mães de família, em meio a maior crise sanitária dos últimos cem anos. E o mais grave, com lucros estratosféricos, que não justificam essa postura.

No caso do Santander, o Brasil é o responsável por 32% do lucro mundial do grupo, mas o banco já realizou mais de 800 desligamentos em todo o país desde o início da pandemia. Somente no Ceará foram cinco demissões em poucos dias, a maioria de gerentes gerais. Para demonstrar nossa indignação, espalhamos faixas nos principais corredores bancários da cidade e realizamos tuitaços com a hashtag #SantanderPareAsDemissões. É bom destacar que, apenas no primeiro semestre deste ano, com pandemia e tudo, o banco lucrou R$ 5,989 bilhões, não justificando as demissões. O banco vem demitindo trabalhadores por telefone e até funcionárias grávidas.

As receitas de prestação de serviços e tarifa da filial brasileira do Santander cobrem quase duas folhas de pagamento dos seus funcionários. Não há crise para o banco! Não há justificativa para as demissões.

Por sua vez, o Itaú também vem realizando demissões durante a pandemia, mesmo tendo se comprometido do contrário. Foram 130 demissões na área de Veículos, mas após ser pressionado pela representação dos funcionários, o banco admitiu que foram realizados desligamentos também em outras áreas do grupo.

O Itaú teve um lucro de R$ 28 bilhões no ano passado, desenvolve uma campanha para mostrar seu lado humano na pandemia, mas demite seus funcionários.

Para protestar contra isso, também estamos realizando uma campanha de mídia com o tema #ItaúPareDeDemitir. Estamos realizando tuitaços e ações em outras redes sociais para denunciar a postura do banco, que vem demitindo até funcionários adoecidos e com bom desempenho.

Em tempos de pandemia, nossa mobilização tem se mostrado forte nas redes sociais. É uma forma segura de pressionar os banqueiros e denunciar esse tipo de conduta à população. Essa estratégia já se mostrou eficiente durante a nossa campanha salarial.

Diante disso, queremos convocar toda a categoria a seguir mobilizada nas redes sociais, acompanhar e participar de nossas atividades, para que possamos vencer mais esse desafio: sem demissões durante a pandemia. Esse foi o acordado com os bancos e é isso que estamos cobrando. Estamos sempre #NaLutaComVocê.

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