Caixa e o Banco do Brasil foram fundamentais para enfrentar crise durante a pandemia

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No ano de 2020, em meio a uma das mais graves crises econômicas e sociais dos últimos tempos, os bancos públicos se mostraram essenciais para amenizar os efeitos da pandemia. A Caixa atendeu mais de 100 milhões de brasileiros por meio do pagamento dos auxílios emergenciais e o Banco do Brasil foi a instituição financeira que mais concedeu crédito para as micro e pequenas empresas. Tudo isto ocorreu sob um governo negacionista e de extrema direita, que pretende desmantelar o Estado e as empresas públicas. Diante disso, é fundamental nosso engajamento na defesa do BB e da Caixa frente aos ataques neoliberais do governo Bolsonaro.

Os bancos privados têm horror a qualquer tipo de risco. O enfrentamento da crise foi e está sendo um papel da Caixa e do Banco do Brasil, tanto em 2008 como agora em 2020 – com o Pronampe, pagamento do auxílio-emergencial e FGTS. Além disso, quem corrige as falhas do mercado são os bancos públicos, e não os privados, pois investem nas regiões menos desenvolvidas e na população de renda média e mais baixa. Os bancos públicos são ainda os principais financiadores do longo prazo: No Brasil, 86% do crédito (acima de 5 anos) é feito por estas instituições. Para completar, os bancos públicos operam as grandes políticas sociais: Minha Casa, Minha Vida; agricultura familiar; apoio a infraestrutura, entre outras e bancarizam a população de renda mais baixa: quase mil municípios só possuem agências de bancos públicos, e centenas não têm nenhuma. Sem os bancos públicos, milhares de brasileiros teriam muito mais dificuldade de acessar programas sociais ou qualquer atendimento bancário.

Os bancos públicos são estratégicos para qualquer país, e o Brasil ainda tem bancos públicos para utilizar no projeto de retomada do desenvolvimento, e o exemplo mais evidente dessa importância foi agora: como seria sem a Caixa, sem o pagamento do auxílio-emergencial, como seria sem o Banco do Brasil e os outros bancos públicos, que apoiam a agricultura familiar e utilizaram o Pronampe para apoiar as micro e pequenas empresas?

Infelizmente, estamos enfrentando um governo que preza pelo estado mínimo e cujo projeto é fechar mais agências e enfraquecer o papel dos bancos públicos, os únicos que fazem o papel social, já que privados não cumprem esta função.

Entretanto, indo pela contramão, desde o golpe, o Banco do Brasil e a Caixa demitiram mais que privados. Entre 2014 e 2020, o Banco do Brasil fechou 19,5 mil postos de trabalho (variação negativa de 17,5%) e a Caixa 16,9 mil postos de trabalho (variação negativa de 16,9%), enquanto que o Bradesco abriu 414 postos de trabalho, (variação positiva de 0,4%), o Itaú fechou 1.920 vagas (-5,1%), e o Santander 4,1 mil postos (-8,4%). É um dado que reforça uma política agressiva de diminuição de postos de trabalho nos bancos públicos e um ataque frontal ao Banco do Brasil e à Caixa.

A pandemia e a crise mundial reforçaram o entendimento de que sem os bancos públicos não tem como melhorar a situação econômica. Temos que nos mobilizar e investir na construção de paralisações dos trabalhadores e na defesa das empresas públicas como fundamentais. A sociedade precisa entender que não é o investimento privado que alavanca o desenvolvimento do zero, mas o público. Estaremos nessa luta com você.

Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

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