É preciso preservar a saúde e a vida diante do aumento de casos de Covid-19

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

Contrariando a necessária seriedade diante de mais um agravamento da pandemia, o governo federal edita medidas para favorecer o lucro em detrimento da vida e saúde. Recentemente, o governo editou medida reduzindo de 15 para 10 dias o prazo de afastamento de trabalhadores com casos confirmados de Covid, suspeitos ou que tiveram contato com casos suspeitos.

A Portaria, assinada em conjunto com o Ministério do Trabalho e Previdência, diz ainda que o período de afastamento pode ser reduzido para sete dias, caso o funcionário apresente resultado negativo em teste por método molecular (RT-PCR ou RT-LAMP) ou teste de antígeno a partir do quinto dia após o contato. A redução para sete dias também vale para os casos suspeitos desde que o trabalhador esteja sem apresentar febre há 24 horas, sem tomar remédios antitérmico e com a melhora dos sintomas respiratórios.

De acordo com especialistas, os estudos que avaliam o tempo em que as pessoas eliminam vírus mostram que a chance de transmissão ainda é alta depois do quinto dia desde que começaram os sintomas. Somente no 10º dia é possível afirmar que a grande maioria das pessoas com Covid-19 deixa de transmitir. A mudança não tem uma base científica sólida. Parece que realmente é só para diminuir o tempo de afastamento, sem levar em conta o risco.

Com o avanço da vacinação, as empresas têm flexibilizado suas medidas de segurança, mesmo sabendo que a imunização diminui consideravelmente as chances de desenvolver as formas graves da doença, mas não impede de contrair o vírus. É uma lógica para forçar a barra para manter todo mundo trabalhando, sem segurança e controle do contágio.

Com os bancos, estamos travando uma verdadeira queda de braço para mantermos o cumprimento dos protocolos que garantem a saúde e a segurança dos bancários e da população. As inúmeras propagandas das instituições financeiras mostram um mundo feliz em que clientes estão a salvo de qualquer risco à sua saúde financeira. Mas, na prática, esconde os riscos à vida para quem precisa utilizar os serviços bancários ou trabalha nas agências. É uma verdadeira incoerência dos bancos em gastar quase R$ 3 bilhões em propaganda, em apenas nove meses (janeiro a setembro de 2021), e não investir em protocolos de segurança de seus trabalhadores e clientes e ainda demitir milhares de bancários, numa época de crise econômica agravada pela pandemia, mas que dá imenso lucro ao sistema financeiro.

Preocupado com o aumento de casos na categoria, o Sindicato dos Bancários do Ceará tem monitorado diariamente o índice de contaminação, exigindo que os bancos testem os funcionários com sintomas e respeitem os protocolos de segurança, que incluem o afastamento do trabalhador, sanitização e fechamento das agências. Recebemos muitas denúncias e estamos cobrando incansavelmente todos os bancos. Sabemos que não podemos colocar trabalhadores e clientes em risco.

Nossa luta é em defesa da vida e da saúde de todos. Queremos o reforço dos protocolos de saúde para proteger a vida de bancários e clientes. Estamos nessa luta com você!

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