Em show juntos, Zeca Baleiro e Zélia Duncan revisitam seus sucessos

267

O encontro veio por acaso: à convite de um projeto de duetos que nunca chegou a ser concretizado. Ficou a vontade, que Zeca Baleiro e Zélia Duncan não deixaram passar, subindo juntos ao palco para um show intimista a duas vozes e violões. O espetáculo tem duas apresentações amanhã em Fortaleza, com sessões às 19h30 e 22 horas no Teatro RioMar.

“Nem imaginávamos como seria, se teria longevidade, etc. E temos passado lindos momentos nesses shows”, confirma Zélia, sobre as afinidades musicais com o novo parceiro e a receptividade do encontro, que chega ao segundo ano de turnê.

O dois já paqueravam a parceria em encontros esporádicos, como uma participação no Rock in Rio de 2013, quando compuseram com a banda Detonautas uma homenagem a Raul Seixas; Zélia foi, também, convidada de projetos de Zeca como “Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé, de Ariana para Dionísio”, em homenagem à escritora e poeta Hilda Hilst e o Baile do Baleiro, em que o maranhense convida outros intérpretes para duetos.

A turnê juntos, enfim, foi inaugurada em janeiro de 2014 e segue neste ano, tendo passado já por cidades como São Luis do Maranhão, seguindo, após Fortaleza, para Recife. Na bagagem, Zeca e Zélia dividem um pouco do repertório de um e de outro, incluindo canções como “Babylon”, “Quase nada”, “Telegrama” e “Tevê”, do balaio de Baleiro; e “Sentindos”, “Me revelar”, “Tudo sobre você” e “Catedral”, de Duncan.

Na extensa lista de canções, eles também se revezam e cantam em dueto releituras que fazem parte de seus repertórios afetivos, como “Mulheres”, de Martinho da Vila, “Pássaro”, de Sá e Guarabyra, “Coisas da vida”, de Rita Lee, “Grilos”, de Roberto e Erasmo Carlos ou “A natureza das coisas”, de Accioly Neto (imortalizada na voz de Flávio José).

Registro

O resultado da convivência e inquietude de ambos são inevitáveis parcerias, que vêm se avolumando e devem virar disco de inéditas, segundo antecipou Zélia. Se na estreia, eram apenas quatro parcerias, todas inéditas, atualmente, já são 10 canções juntos.

Dos dois, estão no roteiro parcerias como “Escancarado”, samba que inaugurou a série conjunta, também “Museu íntimo” e “Fox baiano”, música que tem letra do novo baiano Luiz Galvão. Zeca e Zélia cantam ainda “Se um dia me quiseres”, faixa que Zélia já havia incluído no disco “Pelo sabor do gesto” (2009).

A ideia inicial era simples: fazer alguns shows, passear pelo repertório de um e de outro e cantar canções que admiram. Tanto Zeca quanto Zélia têm esse dom de desempenhar com a mesma desenvoltura os papeis intérpretes dos seus e de outros repertórios, sem limite de gênero ou qualquer outra barreira musical. Também os dois têm o benéfico hábito de se desdobrarem em um punhado de projetos paralelos.

Produção

Na atual fase, Zélia vem tocando nos projetos “Totatiando”, em reverência ao repertório do compositor paulista Luiz Tatit; “Tudo esclarecido”, com releituras das canções de Itamar Assumpção, da mesma leva que Tatit; e a parceria com Zeca, que também não fica por menos. Enquanto circulavam, ao longo do ano passado, o compositor fez um tributo à Zé Ramalho, lançou seu segundo livro de crônicas, “A Rede Idiota” e vem dando sequência a seus shows solo, com repertório do disco “Calma, ai, coração” (2014).

O encontro em duo, para ambos, não é novidade. O maranhense Zeca há pouco mais de dez anos, em 2003, circulava o País com Fagner, com quem lançou o disco “Raimundo Fagner & Zeca Baleiro” e um DVD ao vivo. Desde então, são parceiros recorrentes.

Atualmente, Zeca Baleiro soma quase 20 anos na estrada e 20 discos, entre gravações de estúdio e ao vivo. Ao longo da carreira, os duetos são uma constante, materializados seja em projetos como o já citado “Baile do Baleiro”, criado em 2004, ou em parcerias improváveis – e de sucesso – como em “Proibida pra mim”, do Charlie Brown Jr.

Zélia surgiu no cenário nacional um pouco antes de Zeca – que estourou em 1997, com o disco “Por Onde Andará Stephen Fry” – com o sucesso “Catedral”, do disco que levava seu nome, em 1994.

Também vem colecionando companhias musicais, a começar pela ousada – e consagrada – participação na reunião dos Mutantes, entre 2006 e 2007, em que assumiu os vocais; e em 2008, ao lado da cantora Simone, lançando o disco ao vivo “Amigo é casa”. À nova parceria, o disco parece, portanto inevitável.

Mais informações:
Show Zeca Baleiro e Zélia Duncan. Amanhã, às 19h30 e 22 h, no Teatro RioMar (Rua Desembargador Lauro Nogueira, 1500 – Papicu).
Contato: (85) 3261.0665

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here