Liberação do FGTS: Medida é paliativa e não resolve crise na geração de emprego e renda

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O governo federal anunciou, dia 24/7, novas regras para a liberação dos saques das contas ativas e inativas do FGTS. A medida deve atingir 106 milhões de trabalhadores e os saques devem começar em setembro.  O trabalhador poderá sacar até R$ 500,00 de cada conta.

A liberação do FGTS tornou-se polêmica devido ao risco que a medida provoca à geração de emprego e renda. Parte do saldo total das contas do FGTS é utilizada pelo governo para financiar linhas de crédito nas áreas de habitação, saneamento básico e infraestrutura. Do orçamento de R$ 85,5 bilhões aprovado para 2018 pelo Conselho Curador do FGTS, R$ 69,4 bilhões foram destinados para a área de habitação. Para o movimento sindical, as regras sobre a liberação dos saques são soluções paliativas e sem sustentabilidade para enfrentar a crise de falta de emprego e renda no país.

A maior parte dos recursos serão injetados no sistema financeiro como o pagamento de dívidas. Esse ciclo de saída do dinheiro do FGTS para o mercado financeiro não beneficia o trabalhador. Pelo contrário: a longo prazo, prejudica. Retirar recursos de um fundo que fomenta o desenvolvimento, a criação de empregos e ajuda a diminuir o déficit habitacional é prejudicial ao país. Hoje temos praticamente 7,7 milhões de famílias sem residência e o FGTS é um grande fundo que ajuda na construção de residências mais baratas.

Em 2019, a medida do governo deve injetar R$ 28 bilhões na economia. Para 2020, outros R$ 12 bilhões serão liberados por meio da modalidade “saque aniversário” apenas das contas ativas. Atualmente, há cerca de 260 milhões de contas ativas e inativas no FGTS. Desse total, cerca de 80% têm saldo de até R$ 500,00.

A curto prazo, a medida pode até sanar a situação de endividamento da população, mas especialistas têm comentado que a falta de política econômica ou qualquer iniciativa que gere emprego e renda, não ajuda o trabalhador que está com contas atrasadas e não consegue pagar o aluguel. Numa visão correta de economia é um grande equívoco, porque retira dinheiro da construção civil, de projetos como o Minha Casa Minha Vida, que tem efeito multiplicador na economia muito grande, gera emprego, movimenta vários setores que poderiam gerar renda e isso é muito ruim para o Brasil.

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