Ameaça: Agentes do mercado vão controlar O Banco do Brasil

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O Banco do Brasil convocou assembleia geral ordinária e extraordinária para 26/4. Entre outros pontos, será votada a composição do conselho de administração. Foram indicados seis novos representantes do mercado financeiro para o conselho, o que reforça o direcionamento privatista e neoliberal que o banco público está adotando no governo Bolsonaro. Além disso, os indicados são ligados a outras instituições financeiras privadas e fintechs, o que gera conflito de interesses e pode prejudicar a instituição pública.

Os indicados são: Guilherme Horn (Accenture), Luiz Fernando Figueiredo (Mauá Capital), Luiz Serafim Spinola Santos (UBS Capital e Bank of Boston), Marcelo Serfaty (G5 Partners, Pactual, Fiducia Asset), Ricardo Reisen de Pinho (Oi e Petrobras) e Waldery Rodrigues Junior (Secretário da Fazenda).

Guilherme Horn é conselheiro de outras fintechs que concorrem diretamente com o Banco do Brasil. A Accenture foi a consultoria contratada pelo BB para fazer o diagnóstico da Cassi. Entre as sugestões apontadas no relatório estava a criação de duas diretorias com ocupação por agentes do mercado de saúde. Por sua vez, Walderly Rodrigues Junior já indicou que a intenção do governo é abrir mais espaço para a atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais. O novo estatuto que será votado também prevê alienação do controle acionário do banco; e fechamento de capital.

Hoje, o Banco do Brasil responde por 60% do crédito agrícola. É responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), que representa 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, com juros que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano. Sem o Pronaf, os agricultores teriam de pagar até 70% a mais de juros nos bancos privados.

Empréstimos para diretores – Além dessas mudanças, o novo estatuto prevê que membros do conselho de administração e da diretoria executiva poderão tomar dinheiro emprestado do BB. Os membros da diretoria executiva e do conselho de administração eram proibidos de tomar empréstimo do banco. Os trabalhadores devem estar atentos a todos esses movimentos que atacam frontalmente o caráter público e social do Banco do Brasil.


“Muito nos preocupa tantos agentes de mercado e da concorrência no Conselho de Administração. O papel do BB como banco público de desenvolvimento para o país vai ficar cada vez mais em segundo plano. Definitivamente estão entregando o BB para a iniciativa privada e para pessoas acostumadas a gerir fundos de investimento que dão resultado rapidamente. Para a função social dos bancos públicos essa visão é mortal”
Bosco Mota, diretor do Sindicato e funcionário do BB


 

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