ARTIGO: Bolsonaro amplia atividades essenciais e põe em prática plano genocida

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceara

A visão negacionista do presidente Bolsonaro, diante da gravidade do novo coronavírus, não é novidade para ninguém. Inclusive, o Brasil já vem sendo visto como ameaça à contenção da doença por diversos países, como a Argentina, e diversas entidades de saúde mundial.

Como forma de reforçar seu ponto de vista e demonstrando não se importar com as mais de 13 mil mortes e mais de 200 mil casos registrados no país, Bolsonaro vem editando uma série de decretos ampliando as chamadas “atividades essenciais” autorizadas a funcionar durante a pandemia. Dias atrás, já tinha autorizado o funcionamento da construção civil, expondo milhares de trabalhadores ao vírus. Agora, mais recentemente, liberou o funcionamento dos serviços de academias de ginástica, barbeiros e salões de beleza, ampliando a lista para mais de 50 atividades. Além de ser extremamente perigoso para toda a população que corre mais riscos de se contaminar com o novo coronavírus (Covid-19), vai aprofundar a crise econômica.

Estudo de um instituto nacional de saúde pública dos Estados Unidos, indicou que cada pessoa infectada pelo vírus pode contagiar outras 5 ou 6. Felizmente, os governadores dos estados mais afetados pela doença, incluindo o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), já disseram que vão ignorar o decreto, mas muitos vão aderir à alucinação de Bolsonaro.

E o suposto aumento da circulação de dinheiro, obsessão de Bolsonaro, não vai compensar as perdas porque a conta da área da saúde vai ficar ainda mais cara, sem contar as potenciais perdas de vidas. Resumindo, é um projeto genocida que ignora a saúde dos brasileiros, pode representar uma economia hoje, mas tem um custo alto amanhã.

Além disso, quando deveria atuar com presteza, Bolsonaro age de forma genocida ao não sancionar a ampliação do direito do auxílio emergencial de R$ 600,00 para mais categorias de informais não contemplados no primeiro projeto que estão passando necessidade e, ao mesmo tempo, editar um decreto que considera atividades essenciais manicures. pedicures e barbeiros, profissões que ele quer vetar da proposta.

Abrir esses comércios é colocar em risco a vida desses trabalhadores e da população que frequenta esses locais. No mundo inteiro, as autoridades de saúde têm alertado que salões de beleza, academias de ginástica e barbeiros são equipamentos com alto risco de transmissão. Bolsonaro namora a morte dos outros, dos mais pobres, dos idosos, dos mais vulneráveis. Mas quando o assunto é sua família e grandes banqueiros e empresários ele se arma bem para protegê-los.

O atual ocupante da cadeira presidencial, reiteradamente, desrespeita as autoridades de saúde, as orientações sanitárias e coloca milhões de vidas em risco, crime este passível de responsabilidade. Bolsonaro apenas faz um jogo populista para a sua base eleitoral, estimulando muitos a burlar a quarentena e o aumento dos casos da doença mostra isso. Mas o presidente está mais preocupado em defender a economia, os CNPJs, do que a vida das pessoas. Bolsonaro se aproveita das categorias de trabalhadores informais, que têm baixa organização sindical, para pôr seu plano de retorno econômico em prática, no entanto, não sancionou o auxílio emergencial para esses mesmos trabalhadores.

A perda de um CNPJ pode ser revertida, mas a perda de um CPF é sem volta. Nós defendemos, acima de tudo, o afastamento social e todas as garantias de saúde e EPI’s, para as atividades realmente essenciais, como a categoria bancária, por exemplo, que tem sido fundamental para viabilizar o sustento de parte do povo brasileiro. Quem pode, deve ficar em casa e o governo federal deve garantir o mínimo de dignidade para a população brasileira.

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