ARTIGO – Coronavírus: é preciso proteger o trabalhador

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou status de pandemia do novo vírus coronavírus e pediu aos países em todo o mundo que redobrem esforços para combater e tentar conter a contaminação.

No Brasil, segundo o hospital Albert Einsten, em São Paulo, foram confirmados, até a manhã de sexta, 13/3, um total de 98 casos no Brasil. O número de casos não para de crescer, elevando o grau de preocupação de toda a sociedade.

Diante disso, o Comando Nacional dos Bancários encaminhou dia 12/3, um ofício à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) solicitando informações sobre quais providências os bancos vão tomar para prevenir o novo coronavírus. A categoria está apreensiva e é fundamental que seja feita uma orientação oficial para evitar notícias incorretas, e até falsas, que se propagam pelas redes sociais e pelo whatsapp, podendo vir a criar um cenário de pânico.

O Comando Nacional deseja implementar a criação de um comitê bipartite de crise para acompanhamento do tema e de uma comunicação preventiva em todos os locais de trabalho, segundo as reivindicações feitas no ofício enviado à Fenaban. O objetivo é conscientizar a categoria bancária de como se prevenir do contágio do Covid-19, quais são seus sintomas, transmitir orientações em caso de contágio etc.

Os bancários também solicitam informações sobre possíveis ações que os bancos irão tomar para as pessoas que estão nos grupos de risco, tais como gestantes, idosos, diabéticos, doentes cardíacos etc. e sobre os planos de contingência dos bancos para as fases de propagação do vírus para os departamentos e as agências bancárias. A categoria solicita, ainda, que os bancos tenham total transparência com os bancários e com as entidades sindicais frente aos casos identificados e que seja antecipada a campanha de vacinação contra a gripe, como uma forma de facilitar a identificação do contágio pelo novo coronavírus.

Queremos destacar também que nos colocamos a favor de todas as ações em defesa da prevenção à propagação do vírus. Nós, representantes dos trabalhadores, entendemos que, este momento, demanda do Estado brasileiro a compreensão da situação com ações emergenciais para o enfrentamento da crise. Queremos a imediata suspensão de medidas que atacam os direitos da classe trabalhadora no Congresso, como a MP 905 da Carteira Verde e Amarela, e se proponha a debater com a sociedade as medidas necessárias para conter a crise do coronavírus, assim como também a crise econômica que vem se manifestando em decorrência do avanço da doença pelo mundo.

É extremamente preocupante o fato de que o enfrentamento da pandemia seja feito por um governo que vem sistematicamente enfraquecendo o Sistema Único de Saúde, o único instrumento capaz de combater efetivamente a doença no país. Os efeitos do coronavírus não podem ser utilizados para a retirada de mais direitos dos trabalhadores, nem tampouco para justificar o fracasso da política econômica desse governo.

É fundamental a abertura de debate para elaborar medidas para a proteção dos trabalhadores no período que a pandemia estiver decretada, além de medidas específicas para trabalhadores da saúde, educação e transporte público que estão mais expostos ao contágio. É preciso fortalecer a saúde pública, considerando que nessa crise, isso é fundamental para o controle da doença e a redução dos riscos.

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