Artigo: Dia 14 de junho vamos parar o Brasil em defesa da nossa aposentadoria!

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Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará

A classe trabalhadora tem um importante compromisso na próxima sexta-feira, 14 de junho. Nesse dia, as centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estão convocando uma greve geral em defesa da previdência e dos direitos dos trabalhadores.

Diversas categorias já estão deflagrando adesão à greve geral, como químicos, transportes, profissionais da educação, bancários, metalúrgicos, entre outros, que entendem como fundamental a bandeira de defender o nosso direito a uma aposentadoria digna para todos os brasileiros.

A PEC 06, nome oficial da Reforma da Previdência, só traz prejuízos à classe trabalhadora, sobretudo aos mais pobres. Caso aprovada como está, os trabalhadores vão passar a trabalhar mais para ganhar menos. A proposta da reforma aumenta para 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres) a idade mínima para se aposentar; aumenta o tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e determina o total de 40 anos de contribuição para se receber o benefício integral, isso num cenário cada vez mais com baixa oferta de emprego e alta rotatividade. Além disso, acaba a aposentadoria por tempo de serviço. E o cálculo do benefício também deve mudar: ao invés de descartar os 20% dos salários mais baixos, como na regra atual, pela proposta da reforma, este deve levar em conta a média de todos os salários, que fatalmente derrubará o valor do benefício.

Com a proposta do governo Bolsonaro, as mulheres serão ainda mais prejudicadas. A idade mínima sobe de 60 para 62 anos. Além disso, em geral, as mulheres ganham menos e estão mais sujeitas à informalidade e ao desemprego; cumprem jornadas de trabalho maiores, pois agregam a isso as tarefas domésticas, e isso justifica que elas se aposentem antes dos homens. Entretanto, a proposta de reforma da previdência desconsidera essa realidade.

A PEC prevê ainda a criação de um sistema de capitalização em contas individuais onde cada trabalhador deverá financiar sua própria aposentadoria, ou seja, só terá aposentadoria quem conseguir poupar alguma coisa durante a sua vida. O sistema falhou em cerca de 60% dos países que o adotaram, segundo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Entre 1981 e 2014, 30 países adotaram o sistema e, até o ano passado, 18 deles já haviam feito uma nova reforma tentando reverter as mudanças.

A reforma traz também outras crueldades, como permitir ao governo que reajuste o salário mínimo sem reajustar a aposentadoria e ainda reduz os benefícios de assistência social, hoje equivalente a um salário mínimo, a míseros R$ 400,00.

Os trabalhadores não podem ficar calados diante desse verdadeiro “pacote de maldades”, por isso a adesão à greve geral de 14 de junho é tão importante. Precisamos mandar um recado para esse governo de que não vamos admitir que tirem de nós o direito à nossa aposentadoria. Os parlamentares de oposição estão lutando por mais prazos para negociar mudanças no texto, tentando preservar os direitos da classe trabalhadora, mas nós também precisamos fazer nossa parte. Sexta-feira, a nossa parte será nas ruas! Vamos parar o país e mostrar o nosso poder de resistência!

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