Carlos Eduardo, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará
As Centrais Sindicais, há muito tempo, vêm alertando para os perigos e a notável incapacidade das ações e discursos do presidente da República, Jair Bolsonaro. Enquanto o país é, cada vez mais, assolado pela pandemia do novo coronavírus, Bolsonaro não tem um plano concreto de enfrentamento da doença, assim como tem abandonado a população a própria sorte, pregando o fim do isolamento e o retorno das atividades econômicas.
A sua preocupação parece não ser com as milhares de vidas perdidas durante a pandemia, mas com as possíveis investigações envolvendo seus familiares/amigos e em criar discórdias entre os Poderes. A consequência tem sido a queda de sua aprovação, o afastamento de investimentos no Brasil e uma imagem cada vez mais manchada de nosso país no exterior.
Diante disso tudo, as centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo estão à frente da campanha pelo “Pela Vida, Democracia, Emprego e Renda. Fora, Bolsonaro”, lançada recentemente nas redes sociais e nas ruas, onde estão sendo afixados cartazes de esclarecimentos. De acordo com os dirigentes, a meta é afixar um milhão de cartazes em todo o Brasil.
Apesar das dificuldades de processo de impeachment no Congresso Nacional, o debate sobre a saída de Bolsonaro é importante para alertar a sociedade porque ninguém mais aguenta este desgoverno.
Os números de desemprego só crescem e não devem melhorar no período pós-pandemia. Hoje, o desemprego já atinge 12,8 milhões de pessoas. A solução do governo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, é retirar direitos dos trabalhadores e vender as empresas públicas.
A crise da pandemia é um capítulo à parte. Hoje, não temos sequer ministro da Saúde oficial, apenas um interino que se limita a acatar o uso da cloroquina (que não tem comprovação de eficiência contra o coronavírus) e a nomear militares em diversos setores do ministério. Isso tudo depois da deposição de dois ministros da Saúde desde o início da pandemia. A solução para combater a doença? Mandar empresários pressionarem governadores pela reabertura da economia em seus estados, após levar uma comitiva para pressionar também o STF nesse sentido.
Isso sem falar nos seus sucessivos arroubos de ataques à democracia. Já participou de atos pedindo a volta do AI-5 e da ditadura; já disse que a Constituição era ele mesmo; já atacou Poderes Legislativo e Judiciário; já insuflou seus “admiradores” contra a imprensa, gerando agressões a profissionais da mídia; tudo isso, muitas vezes, em meio a xingamentos, destempero e palavrões.
O Brasil que queremos não é esse que aí está desenhado por essa extrema-direita fascista. O Brasil que queremos é um país que cuide da saúde do seu povo, que respeite os Poderes e a Constituição, que demonstre serenidade e competência para retomar o lugar do nosso país no mundo, tanto nossa imagem, quanto nossa economia, que respeite o nosso povo e promova a igualdade social. Esse não parece ser o perfil de Bolsonaro. Nós, do movimento sindical, seguiremos firmes da luta em defesa do país que queremos!