Audiência Pública institui Grupo de Trabalho em defesa do Banco do Nordeste

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Fruto da articulação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a Audiência Pública realizada pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Política Rural da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (25), resultou na formação de um Grupo de Trabalho (GT) que irá aprofundar o debate sobre a importância do Banco do Nordeste para o desenvolvimento regional.


Além da presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, compuseram a mesa da audiência pública o deputado Estadual Doriel Barros (PT), que preside a Comissão de Agricultura; o deputado Estadual Fabrizio Ferraz (PHS); o coordenador do Comitê Nacional em Defesa do Banco do Nordeste, Tomás de Aquino; o representante da Superintendência do Banco do Nordeste, Josué Lucena; a presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetape), Cícera Nunes; e presidenta da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), Rita Josina.


O GT será composto pelas entidades representativas e parlamentares presentes na mesa, além da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do deputado Federal Carlos Veras (PT-PE). A proposta é realizar, no próximo semestre, três audiências públicas no Interior do Estado e articular reuniões de apoio com a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), União doa Vereadores de Pernambuco (UVP), Governo do Estado e com o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros.


A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, enfatizou durante a audiência pública o risco de privatização/ fusão do Banco do Nordeste, que foi incluído na lista da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do Governo Bolsonaro. “O Banco do Nordeste está dando lucro e cumprindo o seu papel social. Sem bancos públicos fortes não haverá investimento em políticas sociais, infraestrutura, saúde, educação. O setor privado não tem esse compromisso com o desenvolvimento social. Precisamos debater com a sociedade, com os empresários e com os prefeitos, pois municípios serão prejudicados sem a atuação dos bancos públicos”, destaca.


A pauta debatida na Alepe também foi discutida em audiências públicas nos Estados do Ceará (6/4) e na Bahia (29/4). O Comitê Nacional em Defesa do Banco do Nordeste pretende multiplicar a ação. “O nosso Banco do Nordeste com 66 anos de história não nos envergonhou em nenhum momento. Mesmo tendo passado algumas vezes por mãos indevidas, resistiu bravamente. E estamos cada vez mais fortes para defender o banco e o seu papel social”, ressalta o coordenador do Comitê, Tomaz de Aquino.


Para o deputado Estadual Doriel Barros, a perspectiva é de construção de uma rede para fortalecer o Banco do Nordeste. “Além de reconhecer a importância do Banco do Nordeste, queremos blindá-lo contra qualquer iniciativa que visa reduzir a sua capacidade de atuação, bem como a possibilidade de privatizá-lo. Esta audiência pública é fruto de uma proposição feita por Suzineide Rodrigues e será o ‘ponta-pé’ inicial para muitas outras ações em defesa desse patrimônio dos brasileiros, de Pernambuco e do Nordeste”, afirma.


Maior financiador de crédito rural, o Banco do Nordeste, em 2018, teve lucro líquido de R$ 725,5 milhões, 1,3% maior do que o lucro líquido de 2017. O banco também foi responsável por 63% das operações de microcrédito, registrando um saldo de ativos de R$ 3,3 bilhões no Crediamigo (Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da América do Sul).


“O Banco do Nordeste para nós agricultores e agricultoras familiares é um grande parceiro e nos ajuda a ser gente, viver bem na nossa Região. Temos acesso ao crédito, à terra e à alimentação de qualidade. Também gostaria de destacar que o Banco do Nordeste tem sido muito humano, pois existe uma troca de ensinamentos”, relata a presidenta da Fetape, Cícera Nunes.


De acordo com os dados apresentados pelo representante da Superintendência do Banco do Nordeste, Josué Lucena, em Pernambuco, no ano de 2018, o banco realizou R$ 5 bilhões, sendo R$ 4,4 bi através do FNE e outras fontes e R$ 400 milhões pelo Crediamigo. “Nosso maior patrimônio, nosso maior ativo, são os funcionários do Banco do Nordeste. Nossa instituição é comprometida com o desenvolvimento regional e com forte atuação tem estado à frente dos desafios”, garante.


Para o secretário Intersindical do Sindicato e funcionário do Banco do Nordeste, Fernando Antônio (Batata), a categoria deve engajar-se na campanha em defesa do banco. “Não estamos defendendo uma bandeira, mas uma política de inclusão, uma empresa que trabalha pelo desenvolvimento. Nós somos o Banco do Nordeste”, conclui.