Bancários denunciam privatização disfarçada do Banco do Brasil

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O discurso oficial de Bolsonaro é de que o Banco do Brasil não está nos planos de privatização de governo. Mas, toda a imprensa anuncia que ações do ministro Paulo Guedes podem desconfigurar completamente o banco, facilitar a demissão e a contratação de funcionários e levar à venda fatiada do banco.

Recentemente, jornais de grande circulação no país e forte relacionamento com o sistema financeiro afirmaram que o ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja privatizar, até junho de 2020, a gestão de fundos de investimento do Banco do Brasil, que hoje é feita pela BB DTVM, subsidiária integral da empresa. Os planos preveem, ainda, a criação de uma empresa, controlada pela iniciativa privada, para gerir os ativos do BB.

“A DTVM é a maior administradora de fundos do mercado financeiro. Se for vendida vão dar aos bancos privados aquilo que existe de melhor do mercado. Querem sugar tudo o que o banco tem de melhor para depois terem a justificativa de que é preciso vendê-lo”, observou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. A BB DTVM foi eleita pela revista Exame como a melhor gestora de fundos de renda fixa, tendo cinco fundos classificados como “5 estrelas”. Além disso, recebeu o “selo de excelência” da agência de rating Moody’s.

Ataques aos funcionários – Além da privatização da BB DTVM, dia 27/1, a imprensa veiculou informações de que estão sendo planejadas uma série de iniciativas para tornar o banco mais competitivo. Entre as medidas, estão a alteração das regras para facilitar a contratação e a demissão de funcionários, a remoção de restrições salariais, a venda de ativos para manter dividendos em patamares elevados, além de parcerias com fintechs e outras startups.

O BB é o segundo maior banco do país em ativos, com um valor de mercado de R$ 146 bilhões. É o maior em crédito rural e muitas vezes é dono da única agência de cidades pequenas. As informações são de que parte das iniciativas foram aprovadas pelo conselho de administração do banco, entre elas a formação de joint ventures com fintechs. Outros pontos ainda dependem de aprovações do governo para avançar e podem ser de difícil aprovação política, além de enfrentar resistência dos quase 94 mil empregados do Banco do Brasil, como é o caso das mudanças salariais e nas regras de demissão.

O Banco do Brasil se recusou a comentar o assunto e o Ministério da Economia negou que mudanças na forma como as empresas estatais contratam e demitem estejam em discussões. Mas, os relatos são de que as conversas estão acontecendo na secretaria especial de Desestatização (Privatização), comandada por Salim Mattar. Estas medidas são uma mostra da dificuldade que a categoria encontrará na Campanha Nacional deste ano.

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