Banco do Brasil: CASSI sob ataque

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Intervenção Federal

Desde julho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) instaurou a direção fiscal na Cassi e nomeou uma diretora, agente de mercado alinhada ideologicamente com o atual governo e com um histórico de liquidação de planos de saúde no currículo. Ela pode indicar a alienação ou a liquidação da operadora mas, acima de tudo, não tem poder para exigir que o Banco do Brasil coloque mais dinheiro na Caixa de Assistência.

Risco de liquidação

A escolha da interventora alinhada com o mercado de saúde privada é uma dica: a liquidação da Cassi está na mira do governo federal. São 620 mil vidas assistidas pela Cassi, um dos maiores em um plano de autogestão do Brasil. A quem interessa um público deste tamanho? Os planos de saúde do mercado, que há muito tempo sonham em abocanhar os segurados da Cassi. Boa parte destes planos estão nas mãos dos bancos privados, todos financiadores da política econômica privatista do atual governo. As posturas recentes tem reforçado, inclusive, apenas o lado do patrocinador e ignorando as posições dos associados, tratando os temas de forma unilateral.

Aumentos arbitrários

Em junho, o Conselho Deliberativo da Cassi aprovou novo aumento na coparticipação sobre exames e consultas – inclusive com voto favorável dos indicados do BB e de Sergio Faraco, representante eleito pelos associados. A coparticipação sobe para 50%, em consultas de emergência ou agendadas, sessões de psicoterapia e acupuntura e visitas domiciliares; e 30% para fisioterapia, RPG, fonoaudiologia e terapia ocupacional que não envolvam internação hospitalar. Tudo isso está condicionado ao BB fazer a suspensão da cobrança do adiantamento do 13º feita pela Cassi. Ou seja, o banco colocar mais dinheiro. Sem isso, estes aumentos não podem acontecer.

Insegurança

Várias perguntas estão sem resposta por falta de transparência da gestão da Cassi. De onde virão os recursos necessários para o equilíbrio financeiro da Cassi para os próximos 5 anos? Se o patrocinador não aceitar entrar com a parte dele na atual equação (60% 40%) do custeio estatutário, o que será feito? E se o Banco do Brasil for privatizado? Como ficará a relação com a Cassi e seus associados? E se o quadro do banco se reduzir pela metade e os novos seguirem sem direito à Cassi? Essas são algumas questões colocadas diante do cenário atual.

 

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