O Sindicato dos Bancários do Ceará participou de audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco no último dia 25/6, com o objetivo de debater a importância do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB) para o desenvolvimento da região Nordeste e sua integração com o restante do País.
O SEEB/CE esteve representado no evento pelo diretor Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB). Na ocasião, Tomaz traçou um paralelo entre os ataques sofridos pelo Banco na década de 90 e início dos anos 2000, período do governo Fernando Henrique Cardoso, e os perigos do esvaziamento da Instituição pelo atual governo.
Tomaz lembrou que o BNB chegou ao final de 2002 praticamente extinto por inanição, apresentando saldo de aplicações de menos de R$ 250 milhões no final daquele exercício, com estagnação de sua rede de agências e redução drástica de seu quadro de funcionários. E destacou a retomada do fortalecimento do Banco nos dois governos do ex-presidente Lula e também no governo de Dilma Rousseff.
De 2003 a 2015, o BNB ampliou seu quadro de pessoal, através de concursos públicos, de pouco mais de 3.000 funcionários para mais de 7.000 hoje trabalhando na Instituição. Quase dobrou sua rede de agências e terminou o exercício de 2018 com um saldo de aplicações superior a R$ 43 bilhões, ou seja, cerca de 180 vezes o saldo apresentado no final de 2002.
Para Tomaz, esse quadro de fortalecimento e expansão do BNB não pode ser interrompido por políticas que visam enfraquecer o papel do Estado na economia. “Pelo contrário, temos que expandir a atuação dos bancos públicos no País e, nesse particular, o BNB tem uma relevância por ser o maior agente de crédito destinado à agricultura familiar e maior agente financiador do microcrédito na América Latina”, enfatizou Tomaz.
A audiência requerida pelo deputado estadual do PT de Pernambuco, Doriel Barros, aprovou a criação de um grupo de trabalho permanente em defesa do BNB, com a participação de entidades do movimento social e sindical, parlamentares, empresários e outros setores da sociedade.
Esse grupo ficará responsável por encaminhar calendário de audiências públicas em Câmaras Municipais e articular iniciativas para o fortalecimento do BNB junto ao Congresso Nacional e fóruns ampliados que atuam no setor produtivo.
Participaram da mesa de debate, além do representante do SEEB/CE, Tomaz de Aquino, e do deputado Doriel Barros, a presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, o deputado estadual Fabrizio Ferraz (PHS), o representante da Superintendência do BNB, Josué Lucena, a presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Fetape), Cícera Nunes, a presidente da Associação dos Funcionários do BNB, Rita Josino e os diretores dos Sindicatos dos Bancários da Paraíba, Robson Araújo; Pernambuco, Fernando Batata e Ricardo Vaz; Alagoas, Thyago Miranda e Piauí, Lusemir Carvalho, todos funcionários do BNB.
“O BNB consta da lista de empresas a serem privatizadas divulgada pela Secretaria de Desestatização do Governo Federal. Somente isso é mais do que suficiente para que cerremos fileiras no sentido de evitar qualquer retrocesso na atuação do BNB. Daí a importância do trabalho de alerta e mobilização da sociedade realizado pelas entidades sindicais. Melhor prevenir que remediar, pois a gente sabe por experiência própria recente os riscos que corre a Instituição ante uma política que tem como receituário a implantação do Estado Mínimo”
Tomaz de Aquino, diretor do Sindicato e coordenador da CNFBNB
